Saúde, porque o melhor está para vir

Sou dos que acreditam que a saúde tem, desde logo, um fortíssimo potencial para o desenvolvimento do país.

Se o título lhe soa a aproveitamento do mais recente sucesso da Mariza, é mesmo verdade, mas só porque se aplica como uma luva à Saúde: são impressionantes os avanços e os ganhos conseguidos, mas temos a fundada convicção de que há condições para oferecer mais e melhor saúde no futuro.

Já Newton dizia que “se vi mais longe foi por estar de pé sobre os ombros de gigantes” e, de facto, o que se conseguiu só no século XX no combate às infeções, na luta contra a poliomielite, contra o sarampo, contra a rubéola e a varicela, contra a cólera, contra a tuberculose, a cegueira dos rios e contra tantas outras doenças e epidemias do mundo moderno, foi impressionante.

Acrescem os desenvolvimentos no tratamento da diabetes, no controlo da dislipidémia, da hipertensão e as novas possibilidades que os medicamentos biológicos trouxeram, por exemplo, às pessoas com artrite reumatóide ou com doença de Crohn. Nas últimas décadas, o investimento realizado permitiu controlar e tratar o VIH-Sida e foram desenvolvidos tratamentos inovadores para a Hepatite C (e a Hepatite C crónica tornou-se uma doença curável).

A par da importante evolução trazida nas últimas décadas por novas terapêuticas, o desenvolvimento tecnológico, a melhoria das condições sanitárias, o acesso alargado a cuidados de saúde assim como a dedicação dos profissionais de saúde, permitiram chegar a um ponto com inédita esperança de vida à nascença e o aumento significativo da qualidade de vida dos cidadãos de todo o mundo.

Neste início de 2016, podemos olhar para trás com satisfação pelo que, em matéria de Saúde, alcançámos em Portugal. E devemos fazê-lo com a consciência do que foi necessário fazer e construir para aqui chegar: consenso social sobre a Saúde como prioridade, aposta no SNS, articulação com os agentes privados e a economia social, investimento, generalização do acesso a cuidados.

Mas falar de Saúde é sempre falar também de futuro.

Todos conhecemos os desafios e todos sabemos que podemos vencê-los, não há nenhuma boa razão para não os vencermos. Na linha dos que acreditam que só a adoção e a implementação de uma estratégia permite obter os resultados pretendidos, também a sustentabilidade do sistema de Saúde passa pela identificação do que queremos e do que precisamos garantir no médio e longo prazo.

Nesse sentido, seria muito importante que existisse um Compromisso sobre o futuro da Saúde, com transparência e previsibilidade, envolvendo os agentes e assumindo-os como autênticos parceiros.

Sou dos que acreditam que a saúde tem, desde logo, um fortíssimo potencial para o desenvolvimento do país. Face à exclamação de Arquimedes “dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e levantarei o mundo”, creio que a Saúde pode ser a alavanca necessária para o progresso do nosso País.

Atente-se que o Presidente americano Barack Obama, na passada semana, equiparou no discurso do estado da Nação o desafio da saúde com a ida do homem à Lua e concluiu que, com um plano focado, se pode descobrir a cura para o cancro.

No que respeita à oncologia, o que hoje sabemos coloca-nos no limiar de uma nova era. Várias publicações científicas apelidaram a imuno-oncologia como uma verdadeira mudança de paradigma nesta área. A abordagem de conseguirmos colocar o nosso sistema imunitário a identificar e combater as células cancerígenas tornou-se uma realidade. Os primeiros medicamentos de imuno-oncologia já estão disponíveis e os resultados obtidos, quanto à sobrevivência e à qualidade de vida associada, são francamente animadores e levam a crer que seja este o caminho. Mais inovação será certamente mais esperança, mais vida e mais Saúde.

Pela minha parte, e enquanto Diretor Geral da MSD Portugal, que na próxima segunda-feira assinala 125 anos, associo-me empenhadamente a esta via da inovação com os olhos postos nos doentes que dela podem beneficiar, porque como disse o fundador da empresa, George Merck e tanto nos inspira: “Nunca devemos esquecer que os medicamentos são para as pessoas. Se tivermos sempre esta premissa em mente, os lucros serão apenas uma consequência natural”.

Fiéis a este princípio, sabemos que a melhoria dos resultados em Saúde é caminho que se faz acompanhado e por isso agradecemos o quotidiano de trabalho e parcerias com todos os nossos colaboradores, representantes de organismos públicos, profissionais de saúde e investigadores, cidadãos e reguladores, distribuidores, farmácias e todos aqueles que contribuem, diariamente, para fazermos bem e nos superarmos no auxílio àqueles que podem beneficiar da nossa investigação.

Director-Geral da MSD Portugal

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