Rol de contribuintes VIP e de pedófilos

Uma “lista” é, antes de mais, uma “faixa”, “risca” ou “tira estreita e comprida”. E vem do alemão, lista (que se escreve tal qual). Vamos abster-nos de falar da de Schindler, pois pode cair mal na União Europeia.  O dicionário acaba por chegar à definição que queremos trazer para aqui e espelha os últimos dias da agitação político-mediática portuguesa. “Lista” é uma “série mais ou menos extensa de nomes de pessoas ou coisas postos por escrito uns após outros”, mas também “catálogo”, “rol”. Até quinta-feira havia duas demissões provocadas pela chamada “lista VIP” de contribuintes, com existência confirmada, segunda a Visão, por Vítor Lourenço, chefe dos serviços de auditoria: “Nós, a AT [Autoridade Tributária], criámos um grupo associado a pessoas com cargos políticos, mais mediatizadas. Existe um pacote de identificação de pessoas, a que chamamos, entre aspas, VIP, em que nós identificamos online eventuais acessos indevidos.”

A lista VIP fez outra vítima: José Maria Pires, subdirector-geral dos Impostos, que pediu a demissão na quarta-feira. “Paulo Ralha (...) defendeu que há fortes indícios de que a lista VIP foi entregue pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, ao director da Segurança Informática.”

Outra “lista” esteve na ribalta, defendida por Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça: “Deve haver uma referenciação em função de um grau de perigosidade, um sistema semelhante à Lei de Megan.” Ou seja, legislação que obriga as autoridades à divulgação junto da população da localização de pedófilos condenados por crimes sexuais contra crianças.

“Listra” é sinónimo de “lista”: “Sinal preto que se estende desde a cernelha até à cauda do cavalo.” Próprio das cavalgaduras.

Sugerir correcção
Comentar