Reservas de água para abastecimento público estão garantidas no Alentejo

Cerca de duas mil pessoas residentes numa dezena de povoações de oito concelhos alentejanos estão a ser abastecidas através de auto-tanque

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NOL Nuno Oliveira

O secretário de Estado do Ambiente Carlos Martins reuniu-se esta quarta-feira em Évora com os autarcas de Almodôvar, Castro Verde, Ourique e Redondo, os concelhos mais afectados pela escassez de água, e ainda com representantes da Associação de Regantes da Vigia. Participaram ainda o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, da Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, da Agência Portuguesa do Ambiente, da Águas de Portugal e das Comunidades Intermunicipais do Alto Alentejo, do Alentejo Central, do Alentejo Litoral e do Baixo Alentejo

O governante referiu que o problema da falta de água afecta neste momento cerca de 2 mil habitantes residentes em 10 povoações dispersas por oito municípios.   

A reunião realizou-se na sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, em Évora, e serviu para analisar o baixo armazenamento de água da barragem da Vigia a partir da qual é abastecida a população deste concelho do Alentejo Central. O volume de água armazenado nesta albufeira garante, segundo o secretário de Estado, o consumo humano durante cerca de dois anos à população do Redondo.

Mas a agricultura “tem de deixar de regar” avisou o governante frisando que os agricultores “consumiram um pouco mais da cota que desejávamos”, facto que não colocou “em perigo” o abastecimento geral das populações.

No decorrer da reunião as organizações de agricultores “comprometeram-se” a corrigir na segunda quinzena de Agosto, os consumos um “pouco excessivos”, assumindo que durante a primeira quinzena de Setembro, a disponibilidade hídrica vai garantir o abastecimento público. Espera-se que a partir desta altura já não seja necessária água para uso agrícola, para desta forma recuperar o volume da albufeira da Vigia com água que a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) se comprometeu a encaminhar. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vai continuar a monitorizar diariamente a água desta albufeira.

Retiradas 150 toneladas de peixe

Paralelamente vai iniciar-se na próxima semana a retirada de 150 mil quilos de peixes das barragens do Monte da Rocha, Vigia, Divor e Pego do Altar. A APA irá assumir os encargos financeiros e a EDIA será a entidade coordenadora dessa acção.

A operação que deverá custar cerca de 120 mil euros irá e realizar-se para não colocar em perigo a qualidade da água destas albufeiras a partir das quais é feito o abastecimento público a sete concelhos alentejanos.

“Não temos ilusões que o tratamento da água, à medida que os volumes das albufeiras, vão reduzindo será um pouco maior” admitiu o secretário de Estado. Mas considerou que “não é uma situação crítica”, porque as estações de tratamento de água estão “bem apetrechadas" tecnicamente para resolver essa situação.

“Estamos a falar de um território em que os consumos de água são relativamente baixos por isso não terá um resultado relevante para a saúde das empresas”, salientou o governante.

Carlos Martins admitiu que os “piores cenários” resultantes da seca “não se concretizarão”, baseando-se em estudos e previsões entretanto realizados e que apresenta o concelho do Redondo como aquele que suscita as maiores preocupações.

Nalguns concelhos mais críticos, como Borba, Alandroal, Mértola, Almodôvar, já houve a abertura de novos furos, mas em Castro Verde não se tem sentido o problema da escassez, o que para Carlos Martins é estranho. O governante admite que a explicação poderá estar no Alqueva que” terá introduzido alterações nas águas subterrâneas”, dada a enorme dimensão da sua bacia. Em Borba e no Alandroal já foram abertos quatro furos e só um é que deu resultado.

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