Reestruturação na Cofina inclui o despedimento de quase toda a redacção do Destak

Nove trabalhadores deverão ser dispensados do jornal gratuito. Grupo do Correio da Manhã anunciou ainda mexidas nas direcções de alguns dos seus títulos.

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NFACTOS/LUÍS EFIGÉNIO

A Cofina Media anunciou nesta terça-feira uma reorganização nos cargos de direcção de alguns dos seus títulos. As mexidas surgem numa altura em que está em curso um processo de despedimentos que afectou já a quase totalidade da redacção do jornal gratuito Destak.

Em comunicado, a empresa informou que Octávio Ribeiro, director do Correio da Manhã e da CMTV, vai assumir o “cargo de publisher no Grupo Cofina” e que Eduardo Dâmaso, até agora director adjunto do CM, passa a director da revista Sábado. É ainda criada a área de publishing “de modo a obter importantes sinergias entre os seus títulos de imprensa, plataformas digitais e televisão”, lê-se no mesmo comunicado.

Esta reorganização deverá fazer parte de um processo de reestruturação no seio do Grupo Cofina que envolve uma série de despedimentos, que estão já a ser consumados no Destak, sabe o PÚBLICO. Segundo uma fonte próxima ao jornal gratuito, serão nove os trabalhadores dispensados — um elemento da equipa de gráficos e oito jornalistas. O jornal contava até aqui com nove jornalistas na sua redacção e três gráficos.

A mesma fonte explicou que o processo não é oficial, uma vez que os afectados não foram ainda formalmente informados pelo departamento de Recursos Humanos. Essa reunião esteve marcada para a semana passada, mas devido ao avolumar de rescisões na empresa, o departamento não tinha tido, até ao momento dos contactos feitos pelo PÚBLICO, disponibilidade para se reunir com os trabalhadores do Destak.

No final do ano passado e no início de 2017, o Sindicato dos Jornalistas reuniu-se com a administração da empresa para esclarecer o processo de rescisões que se anunciava. Na altura foi noticiado que poderiam ser despedidas entre 70 a 80 pessoas de todo o grupo, apresentando-se como justificação uma quebra das receitas publicitárias que se manteve no início deste ano.

A presidente do Sindicato dos Jornalistas, Sofia Branco, lembra estes encontros com os responsáveis da Cofina, afirmando que o processo de rescisões “não estava a correr muito bem. As pessoas não estavam a querer sair nem a negociar uma saída”, diz ao PÚBLICO. Da última reunião que teve naquele grupo de media, a sindicalista recorda que foi dado a entender que se colocava a hipótese de avançar “para outro tipo de rescisões, entre as quais colectivas”. “Para já, parece que ainda não é disso que estamos a falar”, afirma, no entanto.

Sobre a hipótese de a reestruturação da Cofina colocar em causa a sobrevivência de algum dos títulos do grupo, a sindicalista diz que, nas reuniões, este cenário “não foi descartado” mas não houve conversações sobre “nada em particular”.

Contactado pelo PÚBLICO, o director do Destak, Diogo Torgal Ferreira, não confirmou nem desmentiu as informações.

Recorde-se que a edição portuguesa do jornal gratuito Metro, comprada pela Cofina em 2009, foi descontinuada em Setembro do ano passado, o que culminou também com o despedimento dos trabalhadores.

Correio da Manhã, CMTV, Jornal de Negócios, Sábado, Record, TV Guia, Máxima, Vogue e Destak são alguns dos órgãos da Cofina.

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