A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) deu luz verde à nomeação de André Macedo, o ainda director do Diário de Notícias, para o cargo de director-adjunto da RTP, disse ao PÚBLICO fonte da televisão pública.

A notícia sobre a posição da ERC, que é vinculativa, surge horas depois de o Conselho de Redacção da RTP ter dado parecer negativo à nomeação de André Macedo - esta posição, no entanto, não é vinculativa.

Este conselho, órgão que representa os jornalistas em questões deontológicas e profissionais, acredita que é “inexplicável a assunção de mais um elevado encargo salarial” numa altura em que a estação enfrenta uma “política de baixos vencimentos”. Segundo o documento, situações como esta acentuam “sentimentos de injustiça, frustração e mal-estar.”

“A evidente carência de recursos humanos para a realização de tarefas quotidianas da redacção faz com que seja prioritária a contratação de jornalistas-repórteres, em detrimento de jornalistas-directores”, lê-se ainda no parecer enviado ao Conselho de Administração. Em Março, a RTP anunciou a contratacção de António José Teixeira para o mesmo cargo.

Na origem desta posição está ainda a “inusitada dimensão da Direcção de Informação, excessiva quando comparada” com as demais, considerou o Conselho de Redacção, que acredita que não é possível “compreender as justificações de mais uma contratação.”

Esta resposta expressa conclusões do plenário de redacção, de 6 de Julho, onde tinham surgido “grandes reservas quanto a contratações para cargos” na Direcção de Informação da televisão pública.

Postos estes argumentos, o conselho considerou “não estarem reunidas, no momento actual, as condições necessárias para a emissão de um parecer positivo”.

O mesmo conselho deu ainda um parecer positivo à nomeação de Paulo Dentinho para a Direcção da RTP3, cargo que acumulará com a direcção de informação da RTP.

O Conselho de Redacção acredita que a decisão quando a André Macedo seria diferente, se as circunstâncias não fossem as actuais. Apesar de o jornalista não ter experiência no jornalismo televisivo, “seria razoável encontrar motivos suficientes para emitir um parecer positivo, não fossem as circunstâncias atuais”, lê-se no parecer.