Putin quer impedir russos nascidos depois de 2014 de comprar cigarros

O governo russo quer tomar uma posição mais forte no combate ao tabagismo, pretendendo ampliar o número de sítios em que não é permitido fumar.

Foto
A medida entra completamente em vigor em 2033 BRUNO LISITA

O Ministério de Saúde russo quer proibir todas as pessoas nascidas depois de 2014 de comprar cigarros, mesmo depois de terem atingido a idade adulta. Esta é uma das medidas a longo prazo do Governo russo, que pretende erradicar o tabagismo no país em que um terço da população é fumadora. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), morrem, a cada ano, quase 400.000 russos (de um universo de 143 milhões de habitantes) devido a complicações provocadas pelo consumo de tabaco. A medida entrará completamente em vigor a partir de 2033. O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, disse que esta decisão requer um debate sereno mas que deve ser levada a sério.

Já em 2013, tinha sido lançado um conjunto de medidas por Vladimir Putin – presidente da Rússia que não fuma nem bebe álcool – contra a venda e distribuição de tabaco. Entre estas medidas estavam restrições na publicidade de produtos tabágicos e a diminuição de espaços em que é permitido fumar. De acordo com um relatório da OMS, entre as medidas tomadas anteriormente estavam o impedimento de fumar em locais públicos como restaurantes, espaços de saúde e educação, cafés e transportes públicos. Segundo o Ministério da Saúde russo, as medidas têm sido eficazes e o número de pessoas fumadoras com idades inferiores a 15 anos passou de 25% para 9%.

Mesmo com estes resultados favoráveis, o Kremlin quer ir mais longe e continuará a desenvolver esta estratégia antitabágica até 2022. Os cigarros electrónicos têm-se tornado mais populares na Rússia mas o Governo quer equipará-los aos cigarros normais e pretende, também, ampliar a lista de lugares em que é proibido fumar. De acordo com o jornal El Mundo, existe ainda outra medida que pode causar polémica: os funcionários que fumem no trabalho terão de fazer mais horas.

Mas nem todos estão felizes com esta proposta. Empresas como a Japan Tobacco, Philip Morris e a British American Tobacco referem que esta decisão discrimina o sector tabaqueiro do país. Para Sergey Slipchenko, vice-presidente da Philip Morris International, a adopção destas medidas terá consequências negativas ao acelerar o desenvolvimento do comércio ilegal.

Sugerir correcção
Ler 5 comentários