Próximas 48 horas são de greve na saúde. Médicos ficam de fora

Greve dos enfermeiros vai afectar os distritos de Viana do Castelo, Braga, Castelo Branco, Santarém e Faro durante esta quinta-feira e estende-se a todo o país na sexta.

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Os sindicatos querem a semana de 35 horas aplicada a todo o sector Enric VIves-Rubio (arquivo)

Começa nesta quinta-feira o primeiro de dois dias de greve convocada pelos sindicatos do sector da saúde afectos à CGTP e UGT. Os médicos estão fora desta paralisação, que dura até sexta-feira.

Os sindicatos pedem que o Governo complete a reposição das 35 horas para todo o sector, uma vez que de fora da aplicação das sete horas de trabalho diário na função pública, que entrou em vigor no início do mês, ficaram os trabalhadores com contrato individual de trabalho, entre os quais 9500 enfermeiros. Pedem para estes profissionais um Acordo Colectivo de Trabalho. O recurso à greve surge depois de várias tentativas falhadas de negociação com o Governo.

O pagamento do trabalho extraordinário pelas percentagens originais e a admissão de mais pessoal — a falta de quadros tem obrigado profissionais abrangidos pelas 35 horas a trabalhar 40 sem remuneração extra, denunciam os sindicatos — estão também entre os motivos da greve, que na verdade são três: uma convocada pela Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) para esta quinta-feira, outra do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses que converge no dia 28 em cinco distritos e se estende no dia 29 a todo o país, e outra do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública para os mesmos dias.

“O funcionamento das consultas externas e dos restantes tratamentos será naturalmente afectado e teremos serviços mínimos nas urgências, com mais tempo de espera”, perspectiva Sebastião Santana, dirigente sindical da FNSTFPS. A federação espera uma “boa adesão” à greve, com base nos “muitos pedidos de esclarecimento sobre o funcionamento dos serviços mínimos” que têm recebido por parte de profissionais de saúde.

O sindicalista considera que a “não adesão de muitos médicos não vai afectar o impacto” da greve e diz ter conhecimento de vários clínicos “que vão fazer paralisação”.

A federação não descarta a possibilidade de adoptar novas formas de luta caso o Governo “não reaja aos pedidos dos trabalhadores”, avisa Sebastião Santana.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses desconvocou a greve a nível nacional que estava marcada para esta quinta-feira, ficando esta reduzida aos distritos de Viana do Castelo, Braga, Castelo Branco, Santarém e Faro. Na sexta-feira, aí sim, os enfermeiros de todo o país estão convocados para a paralisação.

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