Presidente da Câmara de Loulé quer aumentar perímetro de construção

É preciso criar emprego e habitação para travar o despovoamento.

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Rui Gaudêncio

O presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, está convencido de que não é possível travar o despovoamento das zonas de serra e barrocal sem criar emprego e habitação. Parte da solução, em seu entender, é aumentar o perímetro de construção nas aldeias, o que só será possível revendo o Plano Director Municipal (PDM).

Quase 90% do concelho de Loulé é zona de construção condicionada. A Rede Natura ocupa 51% do território, a Rede Ecológica Natural 14% e a Reserva Agrícola Nacional outros 13%. Na primeira não se pode construir, na segunda e na terceira pode-se, desde que haja uma ruína e o parecer favorável das entidades competentes. “Não é uma particularidade de Loulé, é uma característica do Algarve”, sublinha.

Às restrições de construção juntam-se os preços inflaccionados pelo interesse de estrangeiros no imobiliário algarvio. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, é em Loulé que se registam os prédios de maior valor (206.857 euros por unidade, contra uma média nacional de 87.111 euros e uma média regional de 133.510).

“Vou bater-me, em sede de revisão do PDM, pelo aumento do perímetro das aldeias da serra e do barrocal”, diz Vítor Aleixo. “Às vezes, há jovens que querem fixar-se até em espaços que herdaram e enfrentam sérias barreiras administrativas.” Não descarta a possibilidade de criar uma bolsa de habitações para fixar pessoas nas zonas mais despovoadas. A câmara está já a comprar casas devolutas ou degradadas para recuperar e arrendar na aldeia do Ameixial, a mais envelhecida de todas. A câmara está a preparar uma candidatura a fundos comunitários para renovar a aldeia do Ameixial.

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