Recluso em regime aberto é suspeito de introduzir droga na prisão de Coimbra

Homem foi sujeito a interrogatório na sexta-feira, assim como uma mulher. Foi-lhes aplicada a medida de coacção de prisão preventiva.

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fau fabio augusto

A Polícia Judiciária deteve na quarta-feira uma mulher e um recluso a cumprir pena em regime aberto na prisão de Coimbra "quando se preparavam" para transacionar 364 doses de haxixe que seriam introduzidas na cadeia, informou nesta segunda-feira a PJ.

No decorrer das diligências, foram ainda apreendidas 52 doses na posse da mulher, companheira de um outro recluso a cumprir pena na cadeia de Coimbra, bem como 38 bolotas de haxixe, "correspondentes a 750 doses", que estavam na posse do preso, refere a nota de imprensa da PJ enviada à agência Lusa.

Foram ainda apreendidos 200 euros, "dinheiro que seria pago [pela mulher] ao recluso como contrapartida financeira pela introdução da droga na cadeia".

As detenções "ocorreram na cidade de Coimbra e foram materializadas no decurso de uma investigação que visa combater a introdução e comercialização de produtos estupefacientes em meio prisional".

De acordo com fonte da PJ, o recluso, por estar em regime aberto, prestando serviços fora da cadeia durante o dia, tinha alguma autonomia e suspeita-se que "marcava encontros com pessoas, que vinham ter com ele" e entregavam drogas, que ocultava no interior do seu organismo para depois levar para o Estabelecimento Prisional de Coimbra.

"O indivíduo era o veículo de entrada" da droga, introduzindo os estupefacientes a mando "de grupos mais ou menos organizados que controlam o tráfico" dentro da cadeia, elucidou.

A PJ crê que o suspeito tenha sido "coagido por grupos bastante fortes que dominam o tráfico e recorrem à ameaça e à coacção para conseguir" introduzir droga na prisão, sublinhou.

"O tráfico cria grande instabilidade nas cadeias. Não só alimenta a toxicodependência, como cria uma grande instabilidade na segurança", notou a mesma fonte, realçando que existem também casos de pressão sobre indivíduos toxicodependentes que se endividam para comprar droga na prisão.

"Há indivíduos que, se têm dívidas, acabam por cometer suicídio. Criam-se circuitos de extorsão e as próprias famílias são pressionadas fora da prisão", salientou.

De acordo com a mesma fonte da PJ, a droga apreendida "não é muito assinalável", mas torna-se num produto "bastante rentável" dentro da prisão, onde uma dose que custa 20 ou 30 euros no mercado vale "até dez vezes mais" dentro da cadeia.

Os dois indivíduos, com 30 anos, foram sujeitos a interrogatório na sexta-feira, tendo-lhes sido aplicada a medida de coacção de prisão preventiva.

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