PGR pondera divulgar lista das vítimas de Pedrógão

Expresso divulga “memorial” com 65 nomes, incluindo a vítima de atropelamento, dizendo tratar-se da lista oficial.

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O Governo insiste que o número de vítimas mortais se mantém em 64 Adriano Miranda

A Procuradoria-Geral da República está a ponderar divulgar a lista de vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, noticia esta noite de segunda-feira o Observador. Citando fonte do Ministério Público, este jornal online afirma que a divulgação apenas será feita “depois de um cruzamento dos nomes com as listas que têm vindo a ser compiladas por cidadãos e divulgadas no Facebook e na comunicação social”.

A notícia foi conhecida depois de, nesta segunda-feira, o jornal i ter noticiado que haveria 73 vítimas da tragédia, de acordo com o levantamento feito por uma empresária na zona afectada. Ainda esta tarde, o gabinete da ministra da Justiça emitiu um comunicado onde reafirma que o número oficial de mortos na sequência da tragédia de Pedrógão Grande se mantém em 64, e remete para o Ministério Público a decisão sobre a divulgação dos nomes, tal como fez também em comunicado o gabinete do primeiro-ministro.

A lista com os nomes das 64 vítimas não foi divulgada por se encontrar em segredo de justiça, uma decisão que compete ao Ministério Público. E que, segundo o Observador, se justifica “por haver responsáveis que têm dúvidas sobre os riscos de aumentarem as interferências no processo, através de abordagens aos familiares das vítimas, por exemplo”.

O mesmo jornal digital acrescenta ainda que “estão a ser feitas diligências para analisar os nomes adicionais que têm vindo a público”, ainda que “a convicção dos investigadores, segundo fontes da Polícia Judiciária ouvidas pelo Observador, é que os nomes a mais que estão a ser divulgados são na sua maioria repetições de nomes que já estão na lista oficial, ou de pessoas mal identificadas ou com os apelidos incompletos”.

Por seu lado, o jornal Expresso divulgou também esta noite uma lista com 65 nomes que afirma ter confirmado “ser esta a lista oficial” de 64 nomes, a que acrescenta o da mulher atropelada quando fugia do fogo, cuja investigação decorre noutro inquérito.

“Nas últimas semanas, o Expresso falou com familiares, amigos, autoridades locais e nacionais até conseguir conhecer todos os casos de uma lista que o Estado mantém guardada por segredo de justiça. Esse secretismo tem originado a publicação de listas parcelares, outras com erros, bem como inúmeras especulações sobre o verdadeiro número de mortos. O Expresso confirmou ser esta a lista oficial e decidiu publicá-la em homenagem às vítimas e às suas famílias”, justifica este jornal. 

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