Pedrógão Grande: Incêndio destruiu fábricas e deixou mais de 200 no desemprego

O presidente da Câmara diz que as pessoas que ficaram desempregadas já foram identificadas e que o futuro tem de ser encarado “com muita força”. Vai haver subsídios para que não fiquem, pelo menos, sem o ordenado mínimo, garantiu o autarca.

Foto
Para além dos 64 mortos e duas centenas de feridos, o incêndio fez com que mais de 200 pessoas ficassem desempregadas Paulo Pimenta

O presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, disse esta sexta-feira à agência Lusa que o incêndio que deflagrou no sábado também provocou mais de 200 desempregados no concelho. "São para cima de 200 pessoas desempregadas [no concelho de Pedrógão Grande]", afirmou Valdemar Alves.

O autarca explicou que uma das maiores empresas instaladas no parque industrial de Pinheiro Bordalo, a Enerpellets, que produzia pellets — um combustível 100% natural e renovável, constituído exclusivamente por resíduos e subprodutos de biomassa florestal — ficou totalmente destruída e que ficam no desemprego mais de 40 pessoas.

Ainda na Graça, um lagar acabado de reconstruir e equipado com maquinaria nova, bem como uma indústria de madeira, foram afectadas pelo fogo. Valdemar Alves disse que o futuro tem que ser encarado "com muita força", adiantou que o centro de emprego foi logo para o terreno e que as pessoas que ficaram sem emprego por causa do incêndio já foram identificadas.

"O centro de emprego veio para o terreno, as pessoas estão identificadas e vai haver subsídios para não ficarem, pelo menos, sem o ordenado mínimo", frisou. Já em relação aos empresários que perderam as suas indústrias, o autarca foi taxativo: "Também estão com coragem, mas é uma grande chatice".

O autarca disse mesmo que o proprietário da Enerpellets já manifestou a intenção de adquirir uma empresa falida para reinstalar a sua indústria no sector da madeira e que quer também recuperar a unidade perdida e ficar posteriormente com as duas a laborar.

Dois grandes incêndios deflagraram no sábado na região Centro, provocando 64 mortos e mais de 200 feridos, tendo obrigado à mobilização de mais de dois milhares de operacionais.

Estes incêndios, que deflagraram nos concelhos de Pedrógão Grande e Góis, consumiram um total de cerca de 50 mil hectares de floresta [o equivalente a 50 mil campos de futebol] e obrigaram à evacuação de dezenas de aldeias. O fogo que deflagrou em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, alastrou a Figueiró dos Vinhos e a Castanheira de Pera, fazendo 64 mortos e mais de 200 feridos.

As chamas chegaram ainda aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra, mas o fogo foi dado como dominado na quarta-feira à tarde. O incêndio que teve início no concelho de Góis, no distrito de Coimbra, atingiu também Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais. Ficou dominado na manhã de quinta-feira.

Sugerir correcção
Comentar