Passos Coelho diz que "o actual Governo salvou o Serviço Nacional de Saúde"

Primeiro-ministro inaugurou hoje uma unidade de saúde privada, em Vila do Conde, que envolveu um investimento de 100 milhões de euros e defendeu que "há espaço para privados na área pública da saúde"

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Pedro Passos Coelho GEORGES GOBET/AFP

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou esta terça-feira que foi o actual Governo que "salvou o Serviço Nacional de Saúde", recordando que "os hospitais estavam falidos" e os portugueses enfrentavam o risco de o ver colapsar devido às dívidas. Em declarações aos jornalistas no final da inauguração do Hospital Senhor do Bonfim, em Vila do Conde, Passos Coelho foi questionado sobre a crítica do PS, que acusa o PSD de querer acabar com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"A verdade é que o actual Governo salvou o SNS. O SNS estava falido, os hospitais estavam falidos e os portugueses enfrentavam o risco de ver o Serviço Nacional de Saúde colapsar por falta de pagamento das dívidas que estavam em atraso", recordou. O primeiro-ministro sublinhou a "orientação firme quanto à necessidade de fazer um redobrado investimento em várias áreas", como os cuidados de saúde primários que "têm hoje mais unidades de saúde a funcionar do que aquelas que existiam" e os "cuidados diferenciados nos hospitais, nas urgências".

"Veja só que apesar de haver visões tão diferentes há quem seja mais consequente do que outros. E nós temos conseguido fazer uma coisa que é importante para todos os portugueses, que é defender o Serviço Nacional de Saúde, reforçar o Serviço Nacional de Saúde, sem com isso ter de dizer mal de ninguém, nem da iniciativa privada", concluiu.

Espaço para privados

Na inauguração dos Hospitais Senhor do Bonfim, em Vila do Conde, Pedro Passos Coelho defendeu ainda que "há espaço em Portugal para que os privados possam prestar serviço público na área da saúde". A unidade privada é o resultado de um investimento de 100 milhões de euros de um empresário local, que vai criar 800 postos de trabalho.

"Espero que este hospital possa também prestar um serviço público de qualidade e acolher portugueses que aqui encontrem bons cuidados com o apoio dos sistemas públicos", acrescentou. Na sua intervenção, Pedro Passos Coelho considerou que "o grande desafio do futuro é os cidadãos escolherem o local onde pretendem receber os tratamentos de saúde". "Seria na mesma o Estado a garantir, através dos impostos, o acesso aos cuidados, mas não tendo encargos fixos, apenas contratando no mercado os melhores serviços ao melhor preço", partilhou o primeiro-ministro, sublinhando o porquê de tal ainda não ser possível.

"O que nos impede é termos investido durante muitos anos em equipamentos e serviços de saúde. E como bons investidores não podemos deixar esses equipamentos vazios. Mas devemos criar, progressivamente, condições para que essa liberdade das pessoas se possa materializar", concluiu.

A unidade de saúde privada dos Hospitais Senhor do Bonfim (HSB), sedeados em Vila Conde, contou com um investimento de 95 milhões de euros, e vai criar cerca de 800 postos de trabalho na região. O complexo, formado por 8 edifício distribuídos por uma área de 13 hectares, acolherá um total de 549 camas, e terá especial enfoque nas áreas de Pediatria, Geriatria, Neurologia e Psiquiatria, e foi classificado como Projecto de Interesse Nacional

Apesar de a inauguração ter acontecido hoje, a sua entrada em funcionamento, como uma das maiores unidades de saúde em Portugal, está apenas prevista para Janeiro de 2015. Manuel Agonia, empresário da Póvoa de Varzim mentor e investidor do projecto, considerou que é fundamental esta iniciativa privada na área da saúde, ter mais apoio do Estado.

"Vamos empregar mais de 800 pessoas, mas já pagamos em impostos 7 milhões de euros. Este hospital precisa que seja tomado como um negócio verdadeiro, mas que continue a ter um apoio condizente com o título de projecto de interesse nacional", vincou o empresário.

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