Operação Marquês: há mais banqueiros suspeitos de receber comissões

Dados bancários enviados da Suíça revelam novas suspeitas referentes a "pessoas distintas" das já constituídas arguidas.

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Rosário Teixeira, procurador do Ministério Público que lidera a investigação Rui Gaudencio

O Ministério Público está a investigar novas suspeitas sobre comissões ilegais na banca que envolvem banqueiros num inquérito que nasce no âmbito do processo Operação Marquês e que vai merecer uma investigação autónoma. Os suspeitos não são identificados, mas o despacho citado esta quarta-feira pelo Diário de Notícias fala de "cidadãos portugueses" que "tinham responsabilidades em instituições financeiras e na concessão de crédito".

Segundo o procurador Rosário Teixeira, que ordenou a extracção de certidão no final do ano passado, em causa pode estar o crime de burla qualificada, uma vez que terá sido "gerado um engano sobre os interesses subjacentes aos financiamentos em causa", escreve o jornal.

Na lista de banqueiros estarão nomes para além dos arguidos na Operação Marquês, Ricardo Salgado e Armando Vara, uma vez que Rosário Teixeira fala em “pessoas distintas” das já constituídas arguidas no processo.

As suspeitas surgiram com as últimas informações bancárias enviadas pelas autoridades suíças aos investigadores portugueses. A carta rogatória chegou em Novembro de 2016 ao Ministério Público, depois de ter sido enviada em Março do ano passado para as autoridades suíças.

O magistrado do Ministério Público pediu extractos bancários de contas tituladas por offshores de Carlos Santos Silva, amigo e alegado testa-de-ferro de José Sócrates, de uma conta bancária de Joaquim Barroca, administrador do Grupo Lena, de contas ligadas a três offshores controladas por Armando Vara, antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos, e várias contas bancárias de gestores do Grupo Vale do Lobo, Diogo Gaspar Ferreira e Rui Horta e Costa.

Este é mais um dado para a Operação Marquês que há duas semanas conheceu um novo adiamento do prazo de conclusão da investigação a José Sócrates, com a procuradora-geral da República a aceitar o pedido de prolongamento e anunciar um novo ponto da situação até ao final de Abril. 

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