Onze anos de prisão para italianos que roubavam bancos com arma de plástico

Arguidos com 36 e 55 anos assaltaram 12 bancos no Norte e Centro do país e confessaram os crimes.

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Os dois arguidos lograram roubar perto de 90 mil euros Nélson Garrido (arquivo)

O Tribunal de Matosinhos condenou nesta sexta-feira dois homens a 11 anos de prisão por roubos em 12 bancos no Norte e Centro do país com uma pistola de plástico, levando cerca de 90 mil euros.

"Não há dúvidas de que os arguidos praticaram os crimes. O que fizeram foi muito grave e, se não os tivessem admitido, a pena seria muito pior", disse a magistrada do colectivo de juízes, durante a leitura da decisão judicial.

Os 12 assaltos aconteceram em 2015 em Viana do Castelo, Santa Maria da Feira, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Braga, Albergaria-a-Velha, Tondela, Vila Nova de Gaia e Viseu.

Nos roubos, os arguidos, de nacionalidade italiana, usaram óculos de sol, perucas, gorros, chapéus e lenços para não serem identificados e, para assustar as pessoas, uma pistola de plástico, conseguindo cerca de 90 mil euros.

Os assaltantes foram detidos a 8 de Setembro de 2015, data desde a qual estão em prisão preventiva, num acesso à auto-estrada 1 (A1), depois de um roubo a uma dependência bancária de Viseu.

Os homens, de 36 e 55 anos, confessaram integralmente os roubos, justificando-os com dificuldades financeiras, nomeadamente com dívidas ao Estado.

A juíza realçou que assaltar bancos em Portugal é um "crime grave", algo desvalorizado pelos arguidos aquando da sua confissão. "Em Portugal há uma crise económica e social e mau era se, para pagar as suas dívidas, as pessoas andassem todas a roubar bancos", considerou.

A presidente do colectivo de juízes lembrou que os assaltantes agiram em "co-autoria, de forma organizada e metódica, não hesitando em usar uma arma, embora de plástico, para intimidar os clientes e funcionários dos bancos". E realçou: "Agiram sabendo muito bem o que estavam a fazer".

À saída do tribunal, o advogado de um dos arguidos afirmou que vai estudar o acórdão e, depois, decidir se recorre. "Era uma decisão expectável e razoável", sustentou Gil Balsemão.

 

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