O tempo da vida

O jogo da vida é ganharmos tempo para fazermos o que queremos.

O maior desperdício da vida é as pessoas mais novas não aprenderem com as mais velhas a poupar tempo.

Os velhos, de repente,  percebem que é óbvio que lhes faltam poucos anos de vida e que não devem perder tempo a fazer coisas que não gostam de fazer.

Mas, na ganância de se agarrarem à definição generosa da juventude (o facto de não terem ainda morrido) adiaram até à última hora a honestidade de se considerarem velhos e, por conseguinte, não aproveitaram as estratégias óbvias de poupança de tempo.

A primeira lição - caso alguma jovem pessoa esteja interessada em poupar alguns anos de sofrimento escusado - é que mais vale mentir ou ficar calado do que gastar tempo precioso a explicar a outra pessoa o que pensamos. Pior ainda é tentar convencê-la a mudar de ideias.

As pessoas são como são e, fora uma ou outra raríssima revelação que acaba por inspirar um mau filme, gostam tanto de ter as ideias que têm como nós gostamos de ter as nossas.

Ficar calado ou mentir é a melhor maneira de comprar tempo. Fazer que sim com a cabeça é um óptimo investimento. O proselitismo é uma perda estúpida de tempo. Mas fingirmos imediatamente que somos prosélitos, sem nada fazermos por isso, é uma poupança inteligente.

O jogo da vida é ganharmos tempo para fazermos o que queremos. Perder é fazer o contrário, por razões que nada têm a ver com o nosso prazer e a nossa felicidade.

O que os outros pensam só interessa aos outros. Os outros que se lixem. Então e nós?

 

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