O gato do Presidente

A questão que não me deixa dormir é a seguinte: porque é que o Presidente não tem um gato?

Ando obcecado com o cão do Presidente. Peço desculpa. Posso ter deixado a impressão, naquilo que escrevi ontem, que o Presidente deveria ter, em vez do pastor-alemão chamado Asa um cão de uma raça portuguesa em vias de extinção como o castro-laboreiro. Ter um castro-laboreiro em Belém poderia ter, como consequência realista, evitar a extinção desses tão nobres e leais animais.

Há  vários cães de outras (desculpe-se o racismo) raças portuguesas que também correm perigo de desaparecer para sempre, incluindo raças que ainda não foram reconhecidas pelas autoridades internacionais — mas serão. O Presidente felizmente, graças aos recursos e ao pessoal que de dispõe, pode ter uma matilha de cães portugueses. Pode ter um barrocal-algarvio, um dos cães mais giros que temos, apesar de ser um tremendo assassino de coelhos. Mais um cão-de-gado-transmontano; um barbado-da-terceira; um rafeiro-do-alentejo; um serra-de-aires; um podengo-português; um perdigueiro-português; um cão-de-fila-de-são-miguel, um cão-serra-da-estrela ou um cão-de-água-português, como era o meu melhor amigo, Gilberto, e tem, com manchas brancas politicamente correctas, o Presidente Obama.

Mesmo assim a questão que não me deixa dormir é a seguinte: porque é que o Presidente não tem um gato? O Presidente Eanes tinha (ou não?) um papagaio? O actual Presidente precisa de um gato. Os gatos — talvez só um bocadinho menos do que as gatas — ensinam não só a viver como a pensar.

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