Nível de ameaça mantém-se moderado em Portugal mas pode subir

A troca de nomes de suspeitos entre as autoridades dos diferentes países “tem sido uma constante” depois dos atentados na Catalunha.

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MArco Duarte / Arquivo

O nível de ameaça terrorista em Portugal mantinha-se esta sexta-feira no nível moderado, o segundo menos grave numa escala de cinco, mas fonte ligada a este tipo de questões não descartava que pudesse “mudar a qualquer momento”, consoante as informações que fossem chegando ao SIS – Serviço de Informações e Segurança.

De resto, foi isso mesmo que disse o primeiro-ministro, António Costa: “Os nossos serviços têm estado em contacto com as autoridades espanholas e até ao momento não há nenhum indicador que justifique alteração do nível de risco.”

Embora caiba às "secretas" a avaliação do nível de ameaça em cada momento, o SIS leva a cabo essa tarefa com a colaboração das forças de segurança: a Polícia Judiciária, a PSP e a GNR. Portugal está no nível 4, o segundo mais baixo, desde os atentados de Madrid de 11 de Março de 2004, em que morreram 191 pessoas. Antes disso encontrava-se no nível 5, o mais reduzido da escala.

E nem mesmo quando foram identificados dois suspeitos de terrorismo em Aveiro em 2015 - suspeitas que vieram a confirmar-se fundamentadas e que mais tarde resultariam na captura dos dois marroquinos, um dos quais continua detido preventivamente na cadeia de alta segurança de Monsanto – o grau de ameaça subiu, até porque nenhum destes homens tinha, aparentemente, planos para actuar em território nacional. A excepção a esta situação deu-se com a visita do Papa Francisco, em Maio passado, durante a qual Portugal ficou temporariamente no terceiro nível, o de ameaça significativa. A mesma fonte de informação não se recorda de alguma vez terem sido decretados os níveis superiores de ameaça, o 1 ou o 2. O primeiro nível corresponde a situações em que há a certeza de que foi planeado ou irá acontecer um ataque.

Frequente até aqui, a troca de nomes de suspeitos entre as autoridades dos diferentes países “tem sido uma constante” depois do atentado na Rambla.

O SIS tem um programa baptizado Krítica e destinado a sensibilizar sectores estratégicos – transportes, energia, comunicações, turismo, água, banca, órgãos de soberania – para a necessidade de reforço da segurança.

Alvo de preocupação das autoridades têm igualmente sido os portugueses que permanecem na região de conflito sírio-iraquiana e com ligações ao autodenominado Estado Islâmico. O mais recente Relatório Anual de Segurança Interna fala dos riscos associados ao seu possível regresso ao espaço europeu, ou mesmo a Portugal.

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