Nasceste, Francisca!

Já te amamos agora, quando não fizeste o mínimo esforço para nos encantares. Nem é preciso imaginares como será quando fores capaz de nos encantar.

Querida Francisca,

Bem-vinda sejas ao mundo. Obrigado por teres aparecido. Ainda és muito nova – nasceste na sexta-feira – mas hás-de compreender a urgência com que um avô quer acolher a primeira neta. Chama-lhe o que tu quiseres. Mas é amor. Fica sabendo que, a partir de agora, tudo o que tu quiseres será um imperativo categórico para mim.

Não consigo mentir-te. A família aonde vieste parar não é a mais equilibrada e sensata dos países que fazem parte das Nações Unidas. Se é com ordem e estabilidade que sonhas, paciência, não tiveste sorte. Mas, na volta, tiveste.

Somos afectuosos. Amamos-te já, no questions asked, largamente - e muito antes de te conhecermos - e esse amor é incondicional. Podes seres como tu fores e podes ser como tu quiseres. Amar-te-emos, Francisca amada, custe o que custar.

E nunca nos há-de custar nada amar-te. Já te amamos agora, quando não fizeste o mínimo esforço para nos encantares. Nem é preciso imaginares como será quando fores capaz de nos encantar. Nós somos fáceis e tu já abriste os nossos corações para ti.

Já estamos encantados. Esperamos, com uma ansiedade tão louca como optimista, pelo momento sagrado a partir do qual serás capaz de nos manipulares, a teu belprazer, pelo resto das nossas vidas já a ti dedicadas, Francisca linda, menina das nossas vidas, filha, irmã, neta e sobrinha amada por todos aqueles que hão-de amar-te até teres a vontade, sublime e libertadora, de fugir. Que Deus, também, te abençoe.

Teu avô, sempre,

Miguel

 

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