Ministro da Saúde senta-se à mesa com os sindicatos dos médicos

Negociações recomeçam nesta terça-feira, depois dos dois dias de greve da semana passada.

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Os sindicatos dizem que a greve teve uma adesão superior a 90% Nuno Ferreira Santos

Cinco dias depois de ter terminado a greve dos médicos, os dois sindicatos que representam estes profissionais de saúde retomam nesta terça-feira as negociações com a tutela. A agenda da reunião não foi divulgada, mas o ministro Adalberto Campos Fernandes estará presente. Este era um dos objectivos da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) e do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) com o protesto da semana passada: conseguir que o ministro estivesse presente nas negociações, como aconteceu depois da greve de 2012, com o então ministro Paulo Macedo.

O secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, em declarações ao PÚBLICO, adiantou que os sindicatos não receberam nenhuma agenda para o encontro, mas salientou que “depois do sinal de união dos médicos na greve e do apoio dos partidos políticos” o importante “é retomar os vários temas com serenidade”. Segundo os números do SIM e da Fnam, a greve da passada quarta e quinta-feira contou com uma adesão superior a 90%. Os sindicatos salientaram a “forte expressão” que o protesto teve, defendendo que os médicos deram um sinal claro de descontentamento.

Por negociar estão vários temas, mas há três considerados fundamentais pelo SIM e pela Fnam: reduzir de 200 horas anuais para 150 o tempo de trabalho extraordinário que os médicos são obrigados a fazer, encurtar de 18 horas semanais para 12 horas o período que os clínicos têm de trabalhar nos serviços de urgência e reduzir de 1900 para 1500 o número de utentes por médico de família.

O Ministério da Saúde não comentou os números da greve e, num comunicado que antecedeu os dias da paralisação, frisou apenas que não negoceia sobre pressão e citou algumas medidas em que já houve acordo, como os concursos mais céleres para colocar os médicos que acabam a sua formação nos locais onde vão trabalhar ou a reposição até Dezembro do pagamento das horas extraordinárias  - um tema em que os sindicatos continuam a exigir retroactividade a Janeiro.

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