O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, confirmou na segunda-feira à noite a formação de 20 novas equipas de sapadores florestais e o reequipamento de outras 44.

"Não foram criadas praticamente equipas [de sapadores florestais] nos últimos anos. Este ano, criaremos 64 equipas, 20 novas que serão formalizadas dentro de poucos dias e 44 no Outono, para reequipar aquelas que foram equipadas por mim há 15 anos", afirmou o ministro numa entrevista à SIC Notícias. Em 2016, Governo já tinha anunciado a criação de 20 equipas de de sapadores florestais por ano até 2020, como o PÚBLICO, à data, escreveu. 

Apesar de a Lusa ter apresentado as declarações do ministro como um anúncio de novas equipas, o PÚBLICO contactou o Ministério da Agricultura, que esclareceu que “o que o ministro está a anunciar é que está concretizada a finalização de novas equipas”.

“As equipas de sapadores são financiadas através de um fundo florestal permanente. Para se criar uma nova equipa, havendo uma verba pública, ela tem de ser colocada a concurso”, contextualiza a mesma fonte, explicando a razão da demora do processo de criação de novas equipas de sapadores.

“São procedimentos que demoram um ano, um ano e meio”, continua. “Mas no espaço de meio ano [contando a partir da aprovação do decreto de lei] as equipas já estão a ser criadas. Estamos já em fase de aquisição de materiais e de formação de equipas para o terreno.”

Na opinião do ministro, estas equipas criadas quando teve a pasta da tutela, entre 1998 e 2002, "têm viaturas a cair de podre porque nunca mais houve um esforço de reinvestimento". "Não só criei as primeiras 100 equipas há quase 15 anos, como cheguei, anos depois, e vi que elas estavam praticamente obsoletas", advogou.

Apontando que "um concurso público internacional nunca leva, sobretudo quando há reclamações, menos de um ano", Capoulas Santos acrescentou que "foi possível fazer isso em muito menos tempo", e por isso "essa promessa está cumprida".

Assim, as novas equipas de sapadores florestais das quais o ministro falou na entrevista não são uma reacção à tragédia do incêndio de Pedrógão Grande: o ministro confirmou o cumprimento do programa anunciado em Outubro está para breve.

Capoulas Santos foi secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, de 1995 a 1998, e ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas entre 1998 e 2002. 

Questionado sobre a responsabilidade relativamente aos incêndios que lavram desde sábado, e que já provocaram 64 mortos e 135 feridos, Luís Capoulas Santos foi taxativo: "Não é a mim que me compete auto-avaliar-me. [...] Tenho muito orgulho nas funções que tenho desempenhado". com Lusa

Título corrigido: O ministro não anunciou, mas confirmou a conclusão de um processo de criação de 20 novas equipas de sapadores florestais, anunciadas já em 2016.