Militares da GNR fardados e à civil protestam junto ao MAI
Passeio informal de protesto foi convocado através de mensagens de telemóvel.
Militares da GNR, fardados e à civil, realizaram nesta sexta-feira um passeio no Terreiro do Paço, em Lisboa, junto ao Ministério da Administração Interna (MAI), para demonstrarem o "desagrado e descontentamento" sobre a forma como têm sido tratados.
Em causa estão os cortes nas pensões e de direitos, além da não aprovação do estatuto profissional da GNR, prometido desde o anterior Governo PSD/CDS, disse à agência Lusa um militar presente no protesto.
O passeio, que não foi organizado pelas associações socioprofissionais, foi realizado durante a hora do almoço e convocado através de mensagens de telemóvel e passagem de informação.
O militar da Guarda Nacional Republicana adiantou que muitos dos profissionais da corporação aproveitaram a hora de almoço para irem "passear ao Terreiro do Paço e demonstrarem o descontentamento e desagrado sobre a forma como estão a ser tratados", num protesto que não teve direito a cartazes ou palavras de ordem.
"Queremos que se aplique a lei. Estamos muito desiludidos com António Costa. Esta foi uma lei aprovada por ele enquanto ministro da Administração Interna", disse à Lusa outro militar presente no passeio, referindo-se aos cortes nas pensões de reforma devido aos cálculos "ilegais" que estão a ser realizados pela Caixa Geral de Aposentações (CGA).
Após o passeio, as cinco associações socioprofissionais da GNR consideraram, em comunicado, que esta iniciativa "é um sinal claro, demonstrativo do mal-estar e revolta vividos no seio da instituição", principalmente devido aos cortes nas pensões.
"Esta união sem precedentes na história do associativismo dos militares da GNR mais não é do que o reflexo de um sentimento de injustiça e falta de respeito por tudo aquilo que representa o risco e a vida de ser militar, profissional e vestir uma farda", adiantam as cinco associações socioprofissionais.
As associações alertam ainda o Governo e a tutela para possíveis formas de luta no futuro, caso a situação não seja resolvida. "Isto é uma bomba atómica, não sabemos é quando vai explodir", disse ainda à Lusa um outro militar que participou no passeio, que durou cerca de 45 minutos.