Médicos, enfermeiros e dentistas oferecem-se para ajudar as vítimas

Mais de cem médicos e três centenas de enfermeiros já mostraram disponibilidade para ir para o terreno

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MARIA JOAO GALA

Muitos profissionais de saúde estão a oferecer-se para ajudar as vítimas dos incêndios da região Centro. Mais de uma centena de médicos e três centenas de enfermeiros voluntariaram-se para dar apoio e os médicos dentistas também já ofereceram os seus préstimos para ajudar a identificar as vítimas mortais.

Depois de o bastonário da Ordem dos Médicos (OM) ter lançado um apelo aos profissionais no domingo, mais de cem clínicos ofereceram-se para ir para o terreno. O bastonário Miguel Guimarães vai esta segunda-feira à tarde às áreas mais afectadas. “Eu sou médico e, se for preciso, arregaço as mangas e vou lá trabalhar", diz, citado pela Lusa. “Temos de salvar vidas, apoiar as famílias e os traumatizados e conseguir resolver os casos das pessoas que morreram”, enfatiza, lembrando que estão disponíveis para contribuir a ajudar mais rapidamente na identificação dos corpos.

O bastonário disse, ainda, que os médicos militares estão disponíveis para ajudar e acreditam que podem dar um “contributo válido”, uma vez que têm formação específica neste tipo de cenários.

Também a Ordem dos Enfermeiros tem estado articulada com o Ministério da Saúde e posto de comando de Pedrógão Grande e a mobilizar, desde a madrugada de sábado, profissionais para as zonas afectadas. Mais de 300 enfermeiros já responderam ao apelo da Ordem para assegurarem o apoio nos centros de saúde das regiões afectadas, adianta esta segunda-feira a OE.

“Há falta de enfermeiros e as populações precisam de nós. Obrigada a todos os voluntários. O meu telefone continua repleto de mensagens de enfermeiros que querem ajudar”, afirma a bastonária Ana Rita Cavaco.

No domingo, o presidente da Admnistração Regional de Saúde do Centro, José Tereso, já tinha adiantado ao PÚBLICO que, a partir desta segunda-feira, os 12 centros de saúde da região afectada pelos incêndios iam ser reforçados com três enfermeiros cada para dar apoio “aos feridos e aos familiares de vítimas que estão a sofrer com esta tragédia”. Os centros de saúde em causa são os de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Penela, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Pampilhosa, Góis e Lousã, precisou.

Agora, a Ordem dos Enfermeiros acrescenta que a mobilização está a ser coordenada pela sua secção regional do Centro. “Já estão identificados os locais com maiores necessidades", frisa.

A Ordem dos Médicos Dentistas já tinha oferecido no domingo ajuda às autoridades para a identificação dos cadáveres, segundo disse à Lusa o bastonário. Orlando Monteiro da Silva explicou que os médicos dentistas, particularmente com formação na área da medicina legal, podem ajudar a identificar cadáveres através dos registos dentários, sendo este um dos meios “eficaz e rápido” de identificação.

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