Médicos costa-riquenhos estão há quatro meses a receber sem trabalhar

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Os nove médicos da Costa Rica estão a receber salário mesmo sem exercerem a profissão PÚBLICO

Nove médicos da Costa Rica que vieram para Portugal em Maio estão há quatro meses a receber 2800 euros (mais casa) sem trabalhar. Cinco destes médicos estão inscritos no Agrupamento dos Centros de Saúde de Torres Novas e quatro no do Entroncamento, noticiou a Antena 1.

Estes médicos foram contratados para tentar colmatar a falta de médicos de família mas segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, o anterior Governo conduziu mal o processo de contratação de clínicos estrangeiros pois não tratou do “convénio de reciprocidade”.

“O processo dos colegas da Costa Rica não está completo, portanto a Ordem não pode concluir a sua inscrição, é tão simples quanto isso”, esclareceu o bastonário, salientando que a situação para ser resolvida “depende de uma intervenção entre [os dois] Governos”. “É necessário um certificado de reciprocidade, que ainda não nos foi presente, para completar a inscrição. Não podemos aceitar que alguém nos venha dizer para facilitarmos as coisas”, disse.

Confrontada pela TSF, a ex-ministra da Saúde, Ana Jorge, admitiu que “só depois” dos médicos terem chegado a Portugal “é que se verificou que o processo não estava de acordo com a data que a Ordem pressupunha”.

“Na Costa Rica, Portugal não tem embaixada, portanto tem que ser a da Colômbia a tentar resolver a situação. Obviamente, que torna-se mais difícil, mas se houver interesse em resolver a situação, tem que se trabalhar para ultrapassar as dificuldades», justificou.

Ana Jorge referiu ainda que a mudança de Governo atrasou este processo. “Na fase inicial de transição de um Governo ou de um ministério para o outro, muitas vezes estes processos ficam sem ser grande prioridade”, disse.

Cinco dos médicos costa-riquenhos estão a trabalhar no Agrupamento dos Centros de Saúde de Torres Novas e quatro no Entroncamento.

Notícia corrigida às 16h48
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