Médicos da Costa Rica começam a trabalhar em Portugal dentro de dias

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A medicina geral e familiar continua a ser uma das áreas com mais carências Foto: Manuel Roberto/arquivo

Os nove médicos da Costa Rica que Portugal contratou – e que aguardavam há meses autorização para poderem trabalhar no país – vão começar a dar consultas dentro de dias, avançou o bastonário da Ordem dos Médicos.

Os documentos que faltavam já chegaram à Ordem dos Médicos. “Recebemos das autoridades da Costa Rica, com o visto da embaixada portuguesa em Bogotá, os documentos da reciprocidade”, disse José Manuel Silva à TSF.

O bastonário concretizou que os clínicos “têm os dossiers completos” e que falta “apenas ver o respectivo pagamento da taxa de inscrição” para os médicos em causa receberem o “cartão da Ordem dos Médicos”. Os médicos em questão aguardavam há cinco meses que o processo fosse concluído para poderem começar a trabalhar em centros de saúde na zona do Ribatejo.

A informação surge um dia depois de o PÚBLICO ter noticiado que continuam a coexistir grandes carências com alguns excessos em várias especialidades médicas e que a distribuição dos profissionais nem sempre corresponde às necessidades da população. Há duas áreas em que as insuficiências são claras e graves: faltam perto de mil médicos de família nos centros de saúde e mais de 600 especialistas em medicina interna nos hospitais públicos. Os dados constam do estudo Actuais e Futuras Necessidades Previsionais de Médicos no SNS efectuado pela Administração do Sistema de Saúde (ACSS) a que o PÚBLICO teve acesso.

Para Luís Campos, presidente do Conselho Nacional para a Qualidade na Saúde, as carências nas especialidades ditas “generalistas” - como a medicina familiar e a medicina interna - são “muito preocupantes”, numa altura em que a população está cada vez mais envelhecida, tem mais doenças e mais co-morbilidades.

As pessoas devem ter médico assistente (os médicos de família nos centros de saúde e os internistas, nos hospitais) que as orientem e as referenciem para outros especialistas, nota, lembrando que o Ministério da Saúde tem feito um esforço para corrigir os desequilíbrios nos últimos anos. Quando isto for possível (um médico demora muito anos a ser formado), a necessidade de recurso a outras especialidades será menor, antecipa.

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