Estradas e linhas de comboio cortadas e inundações por resolver

Mau tempo ainda não deu tréguas e o alerta mantém-se até às 8h00 de segunda-feira

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Cheias na zona de Águeda Adriano Miranda

A madrugada deste domingo não trouxe incidentes de grande relevância, mas os efeitos do mau tempo ainda se fazem sentir em Portugal, especialmente no Litoral Norte e Centro, e o alerta mantem-se até às 8h00 de segunda-feira.

A linha do Norte continua cortada, entre Pombal e Coimbra e entre Aveiro e Ovar, estando a CP a efectuar o transbordo de passageiros por autocarro, mas com atrasos de cerca de duas horas, segundo informação da linha de apoio da transportadora ferroviária.

A Infra-estruturas de Portugal ainda não tem uma previsão sobre o tempo que vai demorar a restabelecer a normalidade na circulação de comboios nesta linha que liga Lisboa e Porto.

A linha do Douro entre Mosteirô e Aregos também está intransitável, assim como 12 estradas nacionais e as auto-estradas A25 (entre o nó do estádio e Angeja) e A41 (no sentido Este-Oeste, entre Alfena e acesso à A3), disse ao PÚBLICO fonte do Comando Nacional de Operações de Socorro.

A neve que caiu durante a noite na região na serra da Estrela forçou também o encerramento ao trânsito das estradas de acesso ao pico da montanha, por motivos de segurança.

O corte da estrada nacional 338 abrange os troços 1, 2, 11, 12 e 13, limitando a circulação entre Portela do Arão, Loriga e a Lagoa Comprida, bem como o troço número dois na Estrada Nacional 339, entre Lagoa Comprida e o Sabugueiro, disse à Lusa o Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda.

88 ocorrências desde a meia-noite
Desde a meia-noite até 8h45, a Protecção Civil registou 88 ocorrências, a maioria delas quedas de árvores, inundações e quedas de estruturas. “Os distritos mais afectados são Coimbra, Porto, Braga e Viseu”, acrescentou fonte do Comando Nacional de Operações de Socorro.

Em Coimbra, os terrenos junto ao rio Mondego continuam inundados. “A precipitação desceu e o caudal do rio também desceu”, explicou fonte do CDOS de Coimbra.

Durante a noite, os diques do Mondego abriram-se, libertando água para os campos, o que também permitiu reduzir o caudal do rio. “Os diques abrem automaticamente quando o rio atinge um certo caudal e durante a madrugada foi atingido esse tal caudal”, explicou a mesma fonte.

A localidade de Cabouco continua ameaçada pelo caudal do rio Ceira, havendo à volta de 30 casas inundadas, e o Mondego invadiu o Parque Verde na margem direita, a Praça da Canção e o Mosteiro de Santa Clara na margem esquerda, diz a Lusa.

Há ainda registo de inundações em estabelecimentos comerciais, habitações e garagens no lado de Santa Clara, e no Vale do Mondego há meia dezena de estradas municipais e de caminhos rurais alagados, embora existam percursos alternativos devidamente assinalados.

Já no distrito de Aveiro, foram retomadas as buscas pelo ciclista que desapareceu no sábado à tarde, na estrada que liga Cacia, em Aveiro, a Angeja, no município de Albergaria-a-Velha.

A baixa da cidade de Águeda continua inundada, mas registou-se uma melhoria da situação durante a noite, disse à Lusa fonte do CDOS de Aveiro.

Segundo a mesma fonte, quer a baixa de Águeda, quer algumas estradas municipais continuam alagadas, mas houve uma melhoria em relação a sábado.

Atendendo a que houve menos chuva durante a noite nas encostas da serra do Caramulo, prevê-se uma descida do nível das águas do rio Águeda ao longo do dia.

No Porto, inundações, quedas de telhas, de ramos, de chaminés e de algumas árvores foram as principais ocorrências provocadas pelo mau tempo nas últimas horas, sem que, no entanto, se tenha registado qualquer situação de maior gravidade.

Nove barras fechadas
Neste domingo, o
 Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou sete distritos sob aviso vermelho’ (o aviso mais grave do IPMA, numa escala de quatro, que indica situações meteorológicas de risco extremo), e até segunda-feira, devido à previsão de agitação marítima, com ondas que podem atingir os 14 metros.

O IPMA colocou também dez distritos sob aviso meteorológico laranja, o segundo mais grave aviso de uma escala de quatro.

També, por isso, nove das 23 barras do continente foram fechadas à navegação devido à agitação marítima e na zona Norte apenas o porto de Leixões está aberto a toda a navegação, informa a Autoridade Marítima Nacional na sua página de Internet.

Desde as 21h de sábado, pelo menos, foram encerradas as barras de Caminha, Vila Praia de Âncora, Esposende, Póvoa do Varzim, Vila do Conde, Douro, Aveiro, Figueira da Foz e São Martinho do Porto.

Na região Norte apenas o porto de Leixões tinha a barra aberta e em Viana do Castelo o acesso foi condicionado, com as embarcações com mais de 30 metros a serem autorizadas a entrar ou sair da barra. com Lusa

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