Malditos preconceitos

Os preconceitos são facilitadores que partem do princípio que somos todos estúpidos.

Cada vez odeio mais os preconceitos. Os preconceitos são mentiras que temos dentro de nós para nos desviar do prazer, da alegria ou, mesmo no caso da tristeza, da liberdade que a experiência de viver e sentir nos podem trazer.

Os preconceitos não são McDonalds. Nem sequer são McDonalds pre-digeridos. Um preconceito é pensar que a McDonalds faz o melhor hamburger do mundo e, só por causa disso, decidir nunca mais provar outro hamburger porque não vale a pena perder tempo e dinheiro a provar hamburgers que “já se sabem” ser inferiores.

Os preconceitos são facilitadores que partem do princípio que somos todos estúpidos. O racismo, que só agora começa a ser discutido (como se tivesse sido resolvido, de uma só penada, nos anos 60) é um preconceito segundo o qual há pessoas que, só por terem nascido de uma certa ou incerta cor, são, logo à partida, inferiores ou superiores a outras.

O machismo é um preconceito igualmente estúpido, no sentido de não se poder ser mais estúpido. Mas os preconceitos não são o maior problema: o maior problema é o facto irrefutável de haver preconceitos minoritários que continuam a coincidir com as injustiças instaladas.

Lutar contra os preconceitos é um dever aprazível para os escravos libertados que querem espalhar a alegria da libertação. Mas a melhor e mais nobre de todas as guerras é aquela contra as injustiças e ignorâncias exploradoras que mantêm os piores e mais brutos no poder sobre as melhores, mais justas e humanas. Como as mulheres.

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