Major detido na Operação Zeus vai passar para prisão domiciliária

Nesta operação está em causa um esquema de corrupção continuado no fornecimento de bens alimentares à Força Aérea.

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Seis militares da Força Aérea foram detidos no âmbito desta operação ENRIC VIVES-RUBIO

O major Rogério Martinho, arguido na Operação Zeus, que envolve corrupção no fornecimento de bens alimentares à Força Aérea, vai deixar de estar em prisão preventiva, passando para prisão domiciliária com pulseira electrónica, disse à Lusa o seu advogado.

Segundo Carlos do Paulo, o Ministério Público pediu ao juiz de instrução para que o major da Força Aérea deixasse de estar em prisão preventiva e passasse para prisão domiciliária com pulseira electrónica.

"Fiquei muito satisfeito com a alteração. É adequada e proporcional uma vez que o meu cliente está a colaborar para a descoberta da verdade material e não há perigo de fuga, nem perigo de perturbação do inquérito, nem continuação da actividade criminosa", disse.

Rogério Martinho, único oficial superior arguido no processo, está em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional Militar em Tomar desde 3 de Novembro de 2016, faltando agora o relatório da social da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais para que passe a cumprir prisão domiciliária com pulseira electrónica.

Seis militares da Força Aérea Portuguesa foram detidos em Novembro de 2016 pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de corrupção passiva, falsificação de documentos e associação criminosa, tendo ficado, na ocasião, todos em prisão preventiva por o juiz considerar que se verificava o perigo de perturbação do inquérito e de continuação da actividade criminosa. Com a decisão desta terça-feira, passam a ser dois os arguidos que estão em prisão domiciliária. Os restantes mantêm-se em preventiva. .

Em causa está um esquema de corrupção continuado no fornecimento de bens alimentares à Força Aérea que, segundo a PJ, consistia na facturação de géneros alimentícios por um valor muito superior ao dos bens efectivamente entregues, sendo a diferença posteriormente distribuída entre as empresas fornecedoras e os militares envolvidos.

O esquema fraudulento, ainda de acordo com a PJ, terá lesado o Estado em cerca de 10 milhões de euros.

A Operação Zeus foi desencadeada após ano e meio de investigação e nela participaram cerca de 330 investigadores e peritos da PJ, acompanhados por cerca de 40 elementos da Polícia Judiciária Militar, bem como de 27 magistrados do MP.

 

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