Instituto Ricardo Jorge rejeita integração na Universidade Nova de Lisboa

Presidente do Instituto Nacional de Saúde esteve no Parlamento.

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DRO DANIEL ROCHA

O presidente do Instituto Nacional de Saúde rejeitou nesta quarta-feira uma integração da instituição na Universidade Nova de Lisboa, mas sublinhou a necessidade de ser feita uma avaliação externa para reestruturar o organismo. Fernando Almeida respondeu, na Comissão Parlamentar de Saúde, a perguntas dos deputados sobre um grupo de trabalho que estaria a ponderar uma possível integração do Instituto de Saúde Ricardo Jorge (INSA) na Universidade Nova de Lisboa.

O presidente do INSA afirmou que em nenhum momento foi referido pelo Ministério da Saúde um desmantelamento, uma separação ou uma integração do instituto na universidade. "A intenção da Nova poderia ser diferente, mas o INSA nunca ponderou aceitar uma integração", disse, acrescentando que o intuito da direcção do instituto é "reforçar as capacidades de resposta" e a capacidade de investigação, sendo útil criar pontes com outras instituições, nomeadamente universitárias. "Em nenhum momento houve intuito de proceder a uma divisão, separação. Não é essa a minha visão e é uma visão da qual discordo", insistiu.

Fernando Almeida aludiu à existência de dois grupos de trabalho que envolviam o INSA, um deles constituído por peritos para avaliar a necessidade de Portugal ter uma Agência de Investigação Clínica e Biomédica e o outro grupo resultante "de uma aproximação da Nova com a anuência dos ministros da Saúde e da Ciência e Ensino Superior". O objectivo deste grupo seria buscar soluções para consórcios, com vista a melhorar a capacidade de investigação.

Fernando Almeida reconheceu que a posição da Nova poderia ser diferente da que é assumida pelo instituto, até porque a universidade terá, entretanto, "suspendido as negociações".

Os deputados do PSD Ricardo Baptista Leite e do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira lamentaram que a audição do reitor da Universidade Nova, que estava agendada para hoje, tivesse sido adiada a pedido do responsável. Mas o presidente da Comissão Parlamentar da Saúde disse que a audição será novamente agendada e que o reitor da Nova será ouvido sobre o assunto.

O Bloco de Esquerda manifestou ainda a sua preocupação com a possibilidade de o INSA passar a ter dupla tutela — Saúde e Ciência e Ensino Superior, mas o presidente do INSA disse que o assunto não o preocupava, até porque o instituto já teve dupla tutela, o que considerou que pode até ser benéfico. No entanto, referiu não ter havido ainda qualquer orientação nesse sentido.

Fernando Almeida considerou como "necessária e urgente" uma reestruturação do INSA, para "melhorar e modernizar", mas julgou ser preciso, antes disso, criar uma avaliação externa que permita perceber que rumo tomar.

 

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