Incêndio no Parque da Peneda-Gerês em fase de rescaldo, informa Protecção Civil

Quercus alertou para fogo na mata do Ramiscal, que segundo a associação ambientalista ainda continua activo.

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Protecção Civil diz que incêndio no Gerês também foi combatido mpor um kamov

O incêndio na mata do Ramiscal, uma das zonas mais importantes do Parque Nacional da Peneda-Gerês, foi dado como estando em fase de rescaldo na quinta-feira, pelas 22h00, informou neste sábado o adjunto de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) Carlos Guerra. Segundo a ANPC, “continuam no local 231 operacionais em acções de protecção e vigilância".

A informação é, porém, contrariada pelo coordenador do grupo de trabalho de florestas da associação ambientalista Quercus, Domingos Patacho: “O incêndio continua activo, assim com os que lavram nas proximidades, ao contrário do que se encontra reportado na página electrónica da ANPC”. Patacho foi o primeiro a alertar a comunicação social para este fogo, o que fez no dia 10, tendo então dito que, no primeiro dia, as chamas foram combatidas apenas por uma equipa de sapadores florestais.

Segundo Anabela Saúde, do departamento de comunicação da ANPC, o alerta para o primeiro foco de incêndio na zona surgiu na segunda-feira, dia 8, sendo o fogo ainda de pequenas dimensões e numa área de “muito difícil acesso”. A partir do dia seguinte, acrescenta, no combate a este fogo estiveram envolvidos, para além dos bombeiros em terra, um helicóptero Kamov e três outros helicópteros ligeiros.

No site do Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS na sigla em inglês), o incêndio no Ramiscal, que se situa na freguesia do Cabreiro, do concelho de Arcos de Valdevez, era apresentado como tendo consumido mais de 800 hectares. Carvalhos e azevinhos são algumas das espécies arbóreas existentes por lá. A zona é ainda casa de lobos, águias-reais, gatos-bravos e muitas outras espécies selvagens, descreve o mesmo responsável da Quercus.

Na quinta-feira, o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez deu conta de que estava há dias a solicitar, sem sucesso, mais recursos para combater os incêndios que deflagraram no concelho, nomeadamente meios aéreos. “Estamos a falar de fogos em zonas de muito difícil acesso e com declives acentuados”, justificou.

“Vão ter de ser apuradas responsabilidades pelo modo como a ANPC ignorou este incêndio”, afiança Domingos Patacho. Anabela Saúde destaca, pelo seu lado, que o comando nacional da ANPC desenvolveu “um esforço enorme” para o combate a este incêndio, precisamente dada “a riqueza do património ambiental” que está em causa.

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