Homem mata três familiares em Montemor-o-Velho

Depois de ter disparado sobre o pai, a mãe e a avó, o homem, de 41 anos, ter-se-á suicidado.

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Nélson Garrido

Um homem, de 41 anos, é o presumível autor da morte de três familiares, em Montemor-o-Velho, sobre os quais disparou vários tiros na noite desta quinta-feira. O suspeito, Paulo da Cruz, que sofreria de depressão, baleou o pai, a mãe e a avó e ter-se-á depois suicidado com um tiro de caçadeira, contou fonte do Comando Territorial de Coimbra da GNR ao PÚBLICO.

 

 

O crime "ocorreu dentro da casa" onde o suspeito residia com os pais e uma avó, no lugar de Faíscas, naquele concelho do distrito de Coimbra, pouco antes das 21h, adiantou fonte da GNR à agência Lusa. Segundo José Gonçalves, um familiar que havia sido convidado com a mulher e a filha de oito anos para um jantar em casa dos pais do alegado homicida, a mãe terá recordado um episódio de infância que desagradou a Paulo da Cruz.

“A balbúrdia começou quando a mãe do Paulo contou que ele, quando era criança, degolou cinco pintainhos com uma lâmina”, contou José Gonçalves à Lusa. “Começou então uma enorme discussão e o Paulo, depois de várias discussões com o pai e de lhe ter dado uma cabeçada, terá ido ao quarto buscar a caçadeira”, explica o familiar. Depois de ter visto o suspeito a disparar contra o pai com a sua arma de caça, José Gonçalves fugiu para sua casa com a mulher e a filha e "não soube de mais nada".

Após os disparos e durante toda a noite, as autoridades tentaram localizar o presumível homicida, sem sucesso, e a tese de suicídio foi ganhando forma. Pelas 5h da manhã desta sexta-feira, as forças de segurança cortaram a energia eléctrica e conseguiram entrar no local do crime. Cerca de dez minutos depois, confirmaram as quatro mortes.

"Sabe-se que o indivíduo estaria a sofrer de problemas de depressão, mas não tem histórico de violência doméstica. Era de todo imprevisível", afirmou João Paulo Seguro, do Comando Territorial de Coimbra da GNR.

Paulo da Cruz, emigrante no Luxemburgo, estaria a lutar contra uma depressão que se terá agravado depois de ter sido despedido, há três meses. Segundo uma das familiares do homem, também presente no jantar, a origem do confronto terá estado numa pequena discussão familiar.

O suspeito deixou uma mensagem de despedida na sua página de Facebook, onde dizia não ter "aguentado mais" e manifestando a sua revolta contra um grupo sindical do Luxemburgo. Paulo da Cruz alega ainda ter-se sentido “envergonhado e sem apoio" e faz referência a uma filha, para quem pede ajuda.

Autarquia disponibiliza ajuda à família

A autarquia e o centro de saúde local estão a colaborar para apoiar os familiares do pai, mãe e avó do alegado homicida, com 70, 64 e 91 anos.

"Estamos a acompanhar as irmãs [do alegado homicida] e outros familiares, porque são pessoas que estão deslocadas, estão no estrangeiro, são emigrantes, e precisam de apoio e de aconselhamento", afirma o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão. O autarca adianta que a câmara disponibilizou uma psicóloga e que também o centro de saúde está a acompanhar os familiares com um segundo psicólogo e uma enfermeira, escreve a agência Lusa.

Emílio Torrão recusou comentar e "alimentar especulações" sobre o conteúdo da mensagem deixada no Facebook de Paulo da Cruz e pede "algum recato e de serenidade" para a família.

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