Greve de corpo de elite dos guardas prisionais adia julgamentos

O protesto visa reclamar melhores condições de segurança para os guardas prisionais.

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Este domingo três reclusos fugiram de uma prisão devido à falta de guardas, acusou sindicato Paulo Pimenta

O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional afirmou esta terça-feira que há três julgamentos em Lisboa que não vão ser realizados devido à greve de cinco dias do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional.

"Uma das sessões da Operação Fénix [processo relacionado com a utilização ilegal de seguranças privados], marcada para sexta-feira, não irá realizar-se porque não vai haver pessoal para garantir a segurança e do transporte dos reclusos" para o tribunal, disse Jorge Alves em conferência de imprensa em frente ao tribunal do Monsanto.

A greve do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GIPS), unidade de elite do corpo da guarda prisional, que hoje começou, visa protestar contra a falta de condições de trabalho, de acções de formação e de segurança nas instalações.

"O acesso ao GISP é rigoroso e deve ser rigoroso mas a dada altura não vamos ter pessoal com idade e com tempo suficiente para poder concorrer ao grupo e vamos ter de esperar ainda mais tempo e isso pode trazer mais problemas na gestão do dia-a-dia de serviço de um grupo como o nosso", disse o sindicalista.

Jorge Alves defendeu que o GIPS "deve e tem que existir porque é o garante limite da segurança dos serviços prisionais".

"O GISP [composto por 120 elementos] é a última salvaguarda daqueles que trabalham nas cadeias", sustentou.

Durante esta semana, estão assegurados os serviços mínimos com equipas operacionais de intervenção em Lisboa e no Porto, disse Jorge Alves.

Este domingo, depois da fuga de três reclusos da prisão de Caxias, o sindicato dos guardas queixou-se da escassez de recursos humanos. Actualmente está a decorrer um concurso com vista à contratação de 400 guardas prisionais que deverá ser concretizada este ano. 

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