Fogo de Porto de Mós está controlado, mas vento pode mudar situação

Incêndio continua com duas frentes activas no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Protecção Civil espera "dia trabalhoso".

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LUSA/ANTÓNIO JOSÉ

O incêndio que lavra no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, no concelho de Porto de Mós, está controlado, mas o vento pode mudar a situação, alertou o presidente do município.

"Neste momento, a situação está controlada. Regista-se menos vento e temos seis meios aéreos no terreno. Apesar de as coisas estarem controladas, estamos apreensivos, porque a qualquer momento as condições meteorológicas podem alterar-se e soubemos que o vento poderá mudar daqui a algum tempo", disse à agência Lusa o presidente da câmara de Porto de Mós, João Salgueiro.

Segundo o autarca, durante a madrugada o vento mudou e "houve duas a três casas em risco, mas teve-se a sorte de o vento voltar a alterar de direcção". "Com o excelente trabalho dos bombeiros conseguimos controlar. Trata-se de uma zona complicada, com acessibilidades difíceis e com muita vegetação e pedras", sublinhou João Salgueiro, garantindo que já não há casas em risco.

Por precaução, um grupo de jovens que se encontrava numa colónia de férias na Quinta da Escola, em Alvados, em Porto de Mós, no distrito de Leiria, foi levado para o Centro de Ciência Viva do Alviela, no distrito de Santarém. "Neste momento, o autocarro da Câmara já os está a ir buscar para regressarem a Alvados". "Estamos a assistir a alguns reacendimentos, pelo que é preciso ainda muita cautela", alertou ainda o autarca.

Pelas 11h17 desta segunda-feira lavravam em Portugal Continental quatro grandes incêndios, sendo nessa hora o fogo em Porto de Mós o que que mobilizava mais operacionais e meios de combate, segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

O fogo que lavra no concelho de Porto de Mós, distrito de Leiria, tinha pelas 11h17 duas frentes activas que estavam a ser combatidas por 184 operacionais, apoiados por 59 veículos e um meio aéreo.

O incêndio de Porto de Mós lavra no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e há "três povoações (Alto de Alvados, Portela de Cima e Carrascos) na linha de desenvolvimento do fogo, mas não há risco directo" para as mesmas, afirmou a adjunta nacional de operações da ANPC, Patrícia Gaspar, num briefing hoje de manhã, na sede daquela entidade em Carnaxide, Oeiras.

Tendo em conta as previsões meteorológicas para o dia de hoje, Patrícia Gaspar apelou a que as pessoas "adeqúem os seus comportamentos". Segundo a adjunta nacional de operações da ANPC, esta segunda-feira "será garantidamente um dia trabalhoso".

Vários concelhos na grande maioria dos distritos de Portugal continental estão nesta segunda-feira em risco máximo de incêndio, de acordo com informação disponibilizada na página do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) na Internet.

Além disso, o IPMA colocou sob aviso laranja nove distritos devido à "persistência de valores elevados da temperatura máxima". Até às 20h59 estão sob aviso laranja os distritos de Bragança, Viseu, Guarda, Vila Real, Castelo Branco, Portalegre e Braga, Santarém e Coimbra.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre o "reduzido" e o "máximo". O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas. O “aviso laranja” é o segundo mais grave de uma escala de quatro e indica situação meteorológica de risco moderado a elevado.

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