Fogo dá tréguas no Porto, mas Aveiro arde há já cinco dias

Mondim de Basto, Sever do Vouga, Anadia, Caminha, Arouca, Águeda e Marco de Canaveses reúnem as situações mais complicadas do país. Nestes locais estão 1522 operacionais e 14 meios aéreos, reforçados esta manhã.

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O vento acalmou e permitiu que mais meios aéreos entrassem em acção Manuel Roberto

O distrito de Aveiro continuava, na manhã desta sexta-feira, a ser o mais fustigado pelas chamas, com quatro dos sete incêndios mais preocupantes do país. A noite foi mais calma, mas em Arouca e Águeda o fogo continua a ganhar terreno na floresta. Estas duas frentes ardem desde segunda-feira, sem dar tréguas aos mais de 300 bombeiros que combatem em cada concelho. Esta manhã, pelas 11h30, eram 326 operacionais em Arouca e 393 em Águeda, as duas zonas mais críticas do país.

No entanto, esta foi uma noite mais calma pelas tréguas dadas pelo vento, o que possibilitou também o reforço de meios aéreos no Norte e centro do país, às primeiras horas desta sexta-feira. Às 12h50, o site da Autoridade Nacional para a Protecção Civil (ANPC) indicava que estavam em acção 16 meios aéreos em seis dos sete fogos de maior dimensão: Mondim de Basto, Sever do Vouga, Anadia, Caminha, Arouca e Águeda – uma situação optimista para uma semana em que se registaram 15 e 16 fogos importantes no país.

A Protecção Civil assinalava, também pelas 12h50, três fogos que deflagraram de madrugada e já constituem situações preocupantes. Pouco passava da meia-noite quando um incêndio começou Parque Natural do Alvão, em Mondim de Basto, para onde foram mobilizados 111 operacionais, 29 veículos e um meio aéreo. Também em Sever do Vouga, nas freguesias de Silva Escura e Dornelas, surgiu um fogo por volta da meia-noite “que evoluiu desfavoravelmente às primeiras horas da noite, o que obrigou a colocação de alguns operacionais no terreno e que também está a preocupar [a Protecção Civil]”, contou à Lusa Carlos Guerra, adjunto de operações da ANPC. Contava, pelas 12h50, com 104 operacionais e dois meios aéreos.

Eram 6h, quando um fogo começou no Marco de Canaveses, voltando a colocar o distrito do Porto no mapa dos fogos mais preocupantes. Na freguesia de Bem Viver estavam, às 12h50, 59 operacionais, apoiados por 17 carros de combate ao fogo.

Na Anadia, depois da evacuação esta quinta-feira do Hotel do Buçaco, a frente mais activa tem já vários quilómetros e o combate conta com quatro meios aéreos.

O fogo em Caminha, a lavrar desde terça-feira, ainda está por dominar, assim como o incêndio que consome a serra do Gerês, em Arcos de Valdevez. Esta frente, que ontem não vigorava na contabilização da Protecção Civil, mobilizava 44 bombeiros e 13 meios terrestres.

Fogos apagados em Gondomar

O fogo consumiu desde sábado várias zonas de mato e floresta em Gondomar, ameaçando por diversas vezes moradias e fábricas do conselho. A situação está por fim controlada e o Grande Porto não figura entre as situações preocupantes no país, depois de, esta segunda-feira, ter activado pela primeira vez o plano distrital de emergência.

Segundo os dados do Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (conhecidos por EFFIS), que permite contabilizar a área queimada em tempo real, no Grande Porto, desde terça-feira até esta quinta-feira, arderam 731 hectares. Com Lusa

Texto editado por Hugo Daniel Sousa

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