Ferramentas para navegar na Internet de forma mais segura disponíveis para download

Desenvolvidas aplicações, para instalar num pen, que permitem navegar de forma anónima e cifram os ficheiros.

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Software garante mais segurança a quem usa computadores e internet fora da casa Rui Gaudêncio

A partir de terça-feira, dia da Internet Segura, vai estar disponível para download gratuito no site da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) um conjunto de ferramentas que permite aos utilizadores navegarem na Internet e usarem diferentes computadores de forma mais segura. O projecto chama-se Pen C3Priv e está a ser desenvolvido pelo Centro de Competências em Cibersegurança e Privacidade da Universidade do Porto, no âmbito de uma tese de mestrado.

O que os utilizadores poderão descarregar, no âmbito de uma parceria entre a CNPD e o Centro de Competências em Cibersegurança e Privacidade da Universidade do Porto, será um conjunto de software “seleccionado e configurado para respeitar a privacidade do utilizador”, e que é instalado numa vulgar pen drive.

Para usar as aplicações não é necessário instalar qualquer programa, basta ligar a Pen C3Priv ao computador, portátil ou não, no trabalho, num hotel, num cibercafé – o computador só tem de ter uma porta USB. Entre outras aplicações, a pen passa a incluir um programa de cifra e uma secção que permite ter uma zona de ficheiros cifrados de forma a não serem recuperados por terceiros. Tem compressor de ficheiros, anti-vírus, visualizador de documentos para vários formatos, programa para manipulação de imagens, gestor de passwords, editor de texto, folha de cálculo, editor de slides, navegador web, leitor multimédia para diferentes formatos de áudio e vídeo. Também permite navegar de forma anónima na Internet.

De acordo com a aluna do mestrado integrado em Redes e Sistemas de Informação da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Mafalda Freitas, a ideia é que as ferramentas permitam aos utilizadores usarem as redes informáticas e os computadores com o menor risco possível: “Acreditamos que o maior risco para o utilizador vem da falta de controlo que este tem sobre o software que usa. Frequentemente, aplicações e browsers guardam dados pessoais e informação delicada, sem que o utilizador se aperceba ou possa interferir no processo. O risco aumenta quando o ambiente deixa de ser familiar: computadores e redes públicas têm um risco acrescido, sendo quase garantido que a privacidade - e até mesmo a segurança - do utilizador ficam em causa”, escreve a aluna numa nota sobre o projecto.

Assim artilhada, a pen permite manter ficheiros e configurações sincronizadas entre computadores: “Entre o PC de casa e o do trabalho, por exemplo, é frequentemente necessário copiar ficheiros para os manter actualizados, enviar os marcadores do browser de um local para o outro, apontar passwords para poder aceder aos mesmos serviços em todo o lado. Estas operações são simultaneamente incómodas e arriscadas. Ficheiros antigos podem ser escritos sobre versões mais recentes, passwords e documentos podem perder-se ou ir parar às mãos erradas”, alerta.

A ideia é que a pen seja “fácil de usar” e ao mesmo tempo forneça ao utilizador “as ferramentas necessárias para se manter protegido em ambientes hostis”. Pretende-se “devolver o controlo da privacidade ao utilizador, sem que este tenha de se preocupar com as configurações das aplicações”. Os responsáveis pelo projecto alertam, no entanto, para o facto deste ainda estar no início, sendo colocado à disposição dos utilizadores um email para sugestões e notificação de erros. O director do Centro de Cibersegurança e Privacidade da Universidade do Porto, Luís Antunes, diz mesmo que a pen não é ainda um “barco” para se navegar de forma 100% segura, mas um “kit básico de sobrevivência”.

 

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