Fármacos biossimilares são "arma indispensável" contra cancro

Apesar de exigirem um processo de fabrico mais complexo, estes fármacos apresentam uma redução de preço de 20 a 40%, o que, a longo prazo, pode constituir uma potencial poupança para sistema de saúde.

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Serão necessários estudos clínicos que garantam o perfeito fabrico dos fármacos biossimilares Fábio Augusto

A Sociedade Europeia de Oncologia Médica considera que os medicamentos biossimilares são "armas indispensáveis" para o tratamento do cancro em sistemas de saúde que se pretendem financeiramente sustentáveis. Num documento datado de quarta-feira e publicado no site oficial daquela sociedade (ESMO, na sigla inglesa), os peritos consideram que os biossimilares são "uma excelente oportunidade para ter boas e válidas opções de medicamentos que melhorem a sustentabilidade e a acessibilidade do tratamento do cancro em vários países".

Os medicamentos biossimilares são provenientes de organismos vivos semelhantes aos de outro medicamento biológico que já tenha sido autorizado a entrar no mercado e que é tomado por medicamento de referência. Embora semelhante ao caso dos genéricos, os biossimilares exigem estudos clínicos para garantir que o processo de fabrico é correcto, ou seja, o processo de desenvolvimento é mais complexo do que nos genéricos.

Para que os biossimilares cumpram a função de melhorar o aceso ao tratamento do cancro, o presidente do grupo de trabalho dos medicamentos da Sociedade Europeia de Oncologia Médica refere que é necessário garantir que seguem os procedimentos adequados. "Para isso, temos de ter a certeza de que os biossimilares seguem os procedimentos de fabrico apropriados, estão clinicamente testados e cumprem os regulamentos da Agência Europeia de Medicamentos (EMA)", afirmou Josep Tabernero.

Na Europa, as reduções de preço para os biossimilares deverão variar entre 20% e 40%, prevendo-se poupanças potenciais de 50 a 100 mil milhões de euros até 2020 com o recurso a estes medicamentos.

"Os biossimilares são armas indispensáveis em sistemas de saúde financeiramente sustentáveis em escala global, bem como para melhorar significativamente os resultados para um número crescente de doentes em toda a Europa e no resto do mundo", frisa o presidente da ESMO, Fortunato Ciardiello, no comunicado divulgado no site da instituição.

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