Famílias com filhos gastam mais 658 euros por mês do que as famílias sem filhos

O peso da habitação, transportes e alimentação continua a aumentar no orçamento das famílias portuguesas: subiu 2,6% nos últimos cinco anos. Segundo o INE, aquelas despesas absorvem actualmente 60,9% do orçamento familiar.

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658 euros por mês é a diferença média dos gastos entre as famílias com filhos e as famílias sem filhos PAULO PIMENTA
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A parcela dos produtos alimentares aumentou o peso no orçamento das famílias, representando agora 14,4% ENRIC VIVES-RUBIO

As famílias com crianças gastam em média mais 658 euros por mês do que as famílias sem crianças a seu cargo. Curiosamente, enquanto as famílias com crianças diminuíram a sua despesa anual em 3,3 pontos percentuais nos últimos cinco anos, os agregados sem filhos gastaram mais 7,7%, de acordo com os resultados provisórios do Inquérito às Despesas das Famílias 2015/2016 (IDEF) que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou na manhã desta segunda-feira.

A despesa média anual dos agregados familiares com crianças é de 25.892 euros, ou seja, mais 44% do que as famílias sem crianças (17.997 euros), o que corresponde à referida diferença de 658 euros mensais. O inquérito feito entre Março de 2015 e Março de 2016 a 11.398 agregados, para apurar a estrutura das despesas familiares, revelou ainda que as famílias sem crianças gastam mais do seu orçamento em habitação (34,3%) do que as famílias com crianças (28,8%) e, sem surpresas, menos em ensino e em transportes.

Em termos globais, as despesas com habitação, transportes e produtos alimentares absorvem 60,9% do orçamento das famílias, ou seja, mais 2,6% do que em 2010/2011, se incluirmos o efeito da inflação. Em termos comparativos, a despesa média anual aumentou dos 20.391 euros em 2010/11 para os actuais 20.916 euros.

Num período como no outro, as despesas com habitação (31,8%), com transportes (14,7%) e com produtos alimentares (14,4%) representam a maior parcela da despesa das famílias, mantendo-se a tendência de aumento do peso destes encargos verificada desde 2000. Isoladamente, a parcela relativa à habitação, água, electricidade gás e outros combustíveis aumentou 2,6% nos últimos cinco anos, enquanto os transportes aumentaram apenas 0,2 pontos percentuais. Já os produtos alimentares e bebidas não alcoólicas viram o seu peso aumentar dos 13,3 para os 14,4%. 

A maior poupança verificada nos últimos cinco anos foi na rubrica “restaurantes e hotéis”. Aqui a despesa das famílias diminuiu em quase dois pontos percentuais na despesa média anual das famílias. No mesmo sentido, o peso do “lazer, recreação e cultura” baixou um ponto percentual. No vestuário e calçado, a poupança foi menor: 0,3%.

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