Faltam 736 especialistas nos hospitais, Algarve é a região mais carenciada

Relatório do Serviço Nacional de Saúde comprovou a carência de pessoal médico por área profissional de especialização.

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Enric Vives-Rubio/Arquivo

Medicina Interna, anestesiologia e psiquiatria são as especialidades com mais falta de médicos nos hospitais públicos, segundo um levantamento do Ministério da Saúde, que identificou o Centro Hospitalar do Algarve como a instituição com maior carência de especialistas.

Esta contabilização consta de um despacho publicado na segunda-feira em Diário da República, que identifica os serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com "comprovada carência de pessoal médico, por área profissional de especialização". O diploma dará origem a um concurso público para contratar médicos para vagas em hospitais, "cujo preenchimento se apresente como mais premente".

Ao todo são 736 os especialistas em falta nos hospitais públicos do país, entre os quais se destacam os de medicina interna, os anestesiologistas e os psiquiatras, relativamente aos quais a tutela identificou, respectivamente, 129, 57 e 46 vagas a preencher urgentemente.

Estes são os casos mais gritantes, mas também as especialidades de pediatria (com 41 vagas), ginecologia-obstetrícia (36 vagas), oftalmologia (33), cirurgia geral (30), oncologia e ortopedia (cada uma com 28 vagas), medicina física e reabilitação (25), neurologia (21) e cardiologia (20) se apresentam como áreas com carência de médicos nos hospitais.

O despacho sublinha que o Governo determinou ser urgente minimizar as desigualdades entre cidadãos no acesso à saúde, em particular no que respeita a estabelecimentos de saúde situados mais no interior do país.

Com efeito, é no Centro Hospitalar do Algarve que mais se verifica falta de especialistas: um total de 51, para praticamente todas as especialidades. Em suma, faltam médicos de anestesiologia, cardiologia, cirurgia geral, cirurgia plástica e reconstrutiva, cirurgia vascular, dermatovenereologia, gastrenterologia, ginecologia-obstetríeica, infecciologia, medicina física e reabilitação, medicina interna, nefrologia, neurologia, oftalmologia, oncologia, ortopedia, otorrinolaringologia, patologia clínica, pediatria, pneumologia, psiquiatria, radiologia e urologia.

A outra instituição hospitalar com mais carência de médicos é o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde foram identificadas 37 vagas, para 28 especialidades, a preencher urgentemente. Seguem-se o Centro Hospitalar de Leiria e o Hospital Espírito Santo de Évora, ambos com 31 vagas por preencher. Os centros hospitalares de Vila Nova de Gaia-Espinho e de Entre Douro e Vouga necessitam de 26 e 25 especialistas, respectivamente. No Instituto Português de Oncologia foram contabilizados 26 especialistas em falta, a serem distribuídos por Lisboa, Porto e Coimbra.

Entre as especialidades com carência de médicos, a cardiologia pediátrica é a que menos falta tem, com apenas uma vaga aberta para o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

A publicação deste despacho deverá ocorrer duas vezes por ano, em Janeiro e em Julho, nas épocas de avaliação final (normal e especial) do internato médico.

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