Face Oculta: Domingos Paiva Nunes está a ser ouvido em Aveiro

O arguido Domingos Paiva Nunes, da EDP Imobiliária, entrou hoje às 13h56 no Juízo de Instrução Criminal de Aveiro para ser ouvido no âmbito do processo Face Oculta.

Domingos Paiva Nunes entrou acompanhado do seu advogado, Castanheira Neves, que não quis prestar declarações aos jornalistas. Este arguido já se tinha deslocado de manhã ao Juízo de Instrução Criminal da Comarca do Baixo Vouga, em Aveiro, mas acabou por sair sem ser interrogado.

Domingos Paiva Nunes, vogal do Conselho de Administração da EDP Imobiliária, é um dos 15 arguidos no processo Face Oculta, tendo suspendido funções na sequência do caso. Segundo a investigação, Paiva Nunes terá solicitado um carro a Manuel José Godinho, principal suspeito no processo Face Oculta, para favorecer negócios.

A Polícia Judiciária (PJ) desencadeou a 28 de Outubro a operação Face Oculta em vários pontos do país, no âmbito de uma investigação relacionada com alegados crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel José Godinho, que se encontra em prisão preventiva, no quadro deste processo.

No decurso da operação foram efectuadas cerca de 30 buscas, domiciliárias e a postos de trabalho, e 15 pessoas foram constituídas arguidas, incluindo Armando Vara, ex-ministro socialista e vice-presidente do Millennium BCP (que suspendeu as funções), José Penedos, presidente da REN-Redes Eléctricas Nacionais, e o seu filho Paulo Penedos, advogado da empresa SCI-Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica SA, de Manuel José Godinho.

Um administrador da Indústria de Desmilitarização da Defesa (IDD) também foi constituído arguido no processo Face Oculta. Entretanto, o Juízo de Instrução Criminal do Baixo Vouga, Aveiro, indiciou hoje o arguido da Face Oculta Namércio Cunha pelos crimes de associação criminosa e corrupação activa, obrigando-o a pagar uma caução de 25 mil euros.

De acordo com um comunicado lido pelo juiz presidente da comarca, Paulo Brandão, Namércio Cunha é suspeito de ter praticado um crime de associação criminosa e outros dois de corrupção activa para acto ilícito. O arguido fica obrigado a pagar uma caução de 25 mil euros no prazo de dez dias, a não contactar com outros arguidos e a não se ausentar do país sem autorização judicial.

Segundo a investigação, Namércio Cunha estabelecia a ponte entre o principal arguido do processo, o empresário Manuel José Godinho, e a REN-Redes Eléctricas Nacionais, a empresa dirigida por José Penedos, outro arguido do proceso.

Desde 30 de Outubro, aquando do início dos interrogatórios judiciais, um arguido foi colocado em prisão preventiva (o empresário Manuel José Godinho) e três outros foram suspensos de funções: Manuel Guiomar, quadro da Refer, Mário Pinho, funcionário da Repartição de Finanças de São João da Madeira, e José Lopes Valentim, também quadro da Refer-Rede Ferroviária Nacional.

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