Especialistas pedem política integrada para a alimentação

Existem projectos, existem especialistas, falta comunicação, alerta comissão organizadora do ciclo "O Futuro da Alimentação"

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São necessárias "abordagens integradas" para melhor decidir na área da alimentação PÚBLICO

Em Portugal há muita gente que trabalha em áreas ligadas directa ou indirectamente à alimentação, e, apesar de existirem projectos integrados, falta ainda uma política integrada, que cruze os contributos das diversas áreas.

Esta é a primeira conclusão de uma lista de 22 que será apresentada, esta quinta-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian, no encerramento do ciclo "O Futuro da Alimentação – Ambiente, Saúde e Economia", uma parceria da Gulbenkian e do PÚBLICO, que teve início em Março.

A conferência, que começa às 17h30, tem entre os oradores a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, e é precedida por um workshop, (às 15h), em que serão apresentadas as conclusões do projecto PERDA, que estudou o desperdício alimentar em Portugal, concluindo que o país desperdiça um milhão de toneladas de alimentos por ano.

Haverá ainda intervenções de Jesus Contreras, do Observatório da Alimentação, de Barcelona, que falará sobre a Dieta Mediterrânica, e de Luísa Neto, da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, sobre a nutrição como política pública.

“As diversas áreas e especialistas (investigação nutricional, investigação e aplicação clínica, produção agro-alimentar, ecologia, desenvolvimento económico) têm vivido em mundos separados e trabalham ainda de forma pouco integrada”, escreve nas conclusões a comissão organizadora do ciclo, presidida por José Lima Santos, do Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, e que inclui a especialista em endocrinologia Isabel do Carmo, Pedro Graça, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, e a engenheira agrónoma Isabel Ribeiro.

O que estes especialistas defendem é que é altura de se introduzir “abordagens integradas de apoio à decisão política, com vista a tomar decisões melhores e mais consistentes no médio-longo prazo”. E consideram que o Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, lançado este ano e dirigido por Pedro Graça, “poderá ser um espaço de cruzamento de diferentes olhares e saberes para a definição de uma política alimentar e nutricional a médio prazo em Portugal”. 

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