Escorrem esgotos nas paredes de unidade de saúde em Coimbra, denunciam médicos

Ordem dos Médicos do Centro está preocupada com a degradação de unidade e pede a reabilitação total do edifício.

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Administração regional já prometeu há muito as obras SERGIO AZENHA / PUBLICO

A Ordem dos Médicos do Centro denunciou nesta quarta-feira que o edifício onde funciona a Unidade de Saúde Familiar (USF) CelaSaúde, no centro de Coimbra, se encontra degradado e que coloca em risco a saúde dos profissionais e dos utentes.

"Os esgotos escorrem pelas paredes exteriores, as janelas estão podres, há fissuras no tecto de vários gabinetes e infiltrações no pavimento. É deficitária a ventilação, tornando o ar irrespirável nalgumas salas", enumera a Ordem, em comunicado enviado à Lusa.

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, refere ainda que se registam "elevados valores de concentração de CO2 que excedem os limiares a partir dos quais já são nocivos para a saúde humana" e que até já houve acidentes, tendo caído "uma armadura eléctrica em cima de um médico durante uma consulta".

Atendendo à gravidade, Carlos Cortes avisou o Ministério da Saúde desta situação, enviando fotografias "para exemplificar o estado de degradação do imóvel".

"As condições são de tal modo adversas e com tal gravidade que é urgente realizar as obras há muito prometidas pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) que, sistematicamente, não cumpre o que promete. Estamos perante uma ARSC despreocupada, opaca e insensível", lamenta. Na sua opinião, "é inadmissível prestar cuidados de saúde nestas condições".

"Mesmo após inúmeras reuniões e troca de documentação entre os responsáveis da USF CelaSaúde e a Administração Regional de Saúde do Centro", a situação continua sem qualquer resposta, acrescenta. A USF CelaSaúde, que tem 33 profissionais, está instalada no Bloco A do centro de saúde de Celas, onde funciona desde 2008, prestando cuidados de saúde a perto de 17 mil utentes que residem no centro da cidade.

"A coordenação desta unidade de saúde reclama obras de reabilitação total do Bloco A deste edifício, com particular insistência, desde 2014. Desde então, o estado de degradação do imóvel agrava-se", recorda. No entender da Ordem dos Médicos, "mudar telhado e janelas já não chega para resolver a gravidade da situação".

No "vasto rol de problemas" apontados ao edifício, estão também a falta do sistema de detecção de incêndios e a insuficiente rede de frio, que "já provocou perda de lotes de vacinas", acrescenta.

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