Entraram menos de cinco alunos em 89 cursos do público

Desde que a tutela criou as novas regras, em 2013/2014, que 70 formações superiores encerraram.

O Governo introduziu as regras para os cursos com pouca procura no ano lectivo 2013/14. Desde então, as licenciaturas e mestrados integrados que, nos dois anos anteriores, tenham tido menos de dez inscritos, não podem voltar a abrir vagas para novos estudantes. Desde então, cerca de 70 formações superiores encerraram por este motivo. Este ano lectivo teve o mais alto número de cursos que deixaram de funcionar por falta de alunos: 33.

A avaliação da procura das licenciaturas e mestrados integrados é feita anualmente pela DGES que, até ao final do próximo mês, deverá divulgar quais são os cursos que não poderão abrir vagas no próximo ano por falta de procura. Os dados das três fases do concurso nacional de acesso deste ano permitem, porém, perceber que houve cerca de 140 cursos do ensino superior público onde foram colocados menos de dez alunos neste ano lectivo. Como as regras têm em conta os dois últimos anos não estarão, porém, todos na situação de serem obrigados a encerrar por falta de procura. As contas feitas pelo PÚBLICO apontam para 35 cursos que podem ter que encerrar no próximo ano no sector público por falta de procura, totalizando cerca de 1500 vagas.

A análise das colocações no ensino público permite também perceber que, apesar de o concurso de acesso deste ano ter sido um dos mais concorridos dos últimos anos, – desde 2011 que não entravam tantos alunos nas universidades e politécnicos, totalizando 44.412 colocados no conjunto das três fases – há um conjunto de formações que não conseguiu aproveitar o aumento generalizado da procura do sector para conseguir atrair novos alunos. Ao todo, há 89 licenciaturas e mestrados integrados no sector público onde entraram cinco alunos ou menos.

Dentro destes, há mesmo um conjunto de 29 cursos onde não houve qualquer estudante colocado e que totalizavam 817 vagas – 0,02% de toda a oferta do ensino superior público disponível à entrada para este ano lectivo. A generalidade destes cursos que não tiveram nenhum aluno colocado é oferecida por Instituto Politécnicos, as excepções são a licenciatura em Filosofia e Cultura Portuguesa, em regime pós-laboral, da Universidade dos Açores, e o mestrado integrado em Engenharia Civil da Universidade do Algarve. Aliás, 11 dos 29 cursos com procura zero são de Engenharia Civil que, à semelhança dos últimos dois anos, é uma das áreas onde se assiste a uma mais forte quebra de interesse por parte dos estudantes.

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