Emigrantes rezam em Fátima pelo fim da crise económica e política na Venezuela

Portugueses a viver na Venezuela pedem paz no país.

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LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA

A crise política e a violência na Venezuela é tema de oração para muitos emigrantes e antigos emigrantes naquele país que participam nas celebrações do centenário das aparições em Fátima.

“Venho pedir a nossa senhora de Fátima que dê a bênção à Venezuela e ao seu povo”, diz à Lusa José Ornelas, de 59 anos, junto à Capelinha das Aparições, segurando uma bandeira do país onde vive há 47 anos. É a quinta vez que vem a Fátima, mas, este ano, veio rezar pela Venezuela e não por razões particulares. Recordando o país que conheceu em 1970, José Ornelas reconhece que a Venezuela está “mais organizada”, com um “Estado que funciona”, mas hoje “há mais pobreza e mais miséria”.

Junto a José Ornelas está Leoncina Santos, que veio da Venezuela há quase 20 anos. “Vi que as coisas estavam a piorar e decidi voltar. Os meus filhos precisavam de viver em paz”, justifica.

Nos últimos anos, após a morte do antigo Presidente Hugo Chávez, a crise económica e política tem-se agravado, mas José Ornelas não tenciona regressar a Portugal porque não quer “perder uma vida inteira de trabalho”. Se fosse pela opinião dos dois filhos, já formados, José Ornelas teria já regressado: “Eles são os primeiros a incentivar-me para vir e eles querem voltar para um país onde não nasceram, porque querem fugir da Venezuela. Eu é que não quero voltar e eles não me vão deixar lá no meio da confusão”.

A crise política na Venezuela opõe o Presidente, Nicolás Maduro, ao Parlamento, dominado pela oposição. Os últimos meses têm sido marcados por manifestações e confrontos entre apoiantes dos dois lados, uma situação que está a agravar-se depois de o Presidente ter ordenado a criação de uma nova assembleia constituinte para reformar o Constituição. A crise económica e a violência urbana têm-se agravado. Em resposta, as forças policiais têm aumentado as operações punitivas e o Presidente já anunciou que vai distribuir armas a parte da população.

 

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