Em média, é aos 29 anos que os portugueses saem de casa dos pais

Inquérito realizado em 2015 mostra que mais de metade dos portugueses entre os 50 e os 65 anos vive com familiares.

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É nos países do Norte da Europa que os jovens deixam a casa dos pais mais cedo Nuno Ferreira Santos (arquivo)

É assim em toda a Europa: os jovens saem cada vez mais tarde de casa dos pais. E Portugal e Espanha estão no topo da lista de países em que a idade média para sair da habitação familiar é a mais alta. De acordo com os dados recolhidos pelo Observatório Cetelem do Consumo, em média, é aos 29 anos que os jovens ibéricos saem de casa dos pais. Uma média superior à europeia, que se fica pelos 26 anos.

O estudo concluiu que os eslovacos são os que saem de casa mais tarde, aos 31 anos, seguidos pelos italianos que, em média, deixam a habitação dos familiares aos 30. Em comparação, os dinamarqueses são os que saem de casa mais cedo, aos 21 anos. Seguem-se os jovens britânicos e os alemães. Estes são também os países onde há menos jovens a viver com familiares seniores.

Segundo o inquérito realizado em 2015, mais de metade dos portugueses (51%) entre os 50 e 65 anos afirma que vive com familiares na mesma casa. Cenário superior à média europeia, que se fica pelos 43%. Estes valores diminuem significativamente (17%) quando se fala de pessoas com idade superior a 65 anos. Espanha é o país onde mais filhos, netos ou bisnetos partilham a casa com ascendentes seniores (57%), uma tendência comum nos países mediterrânicos e em alguns países do leste europeu.

O prolongamento dos estudos, as dificuldades de acesso ao mercado de trabalho e os casamentos tardios podem explicar este fenómeno, adianta em comunicado Diogo Lopes Pereira, director de marketing do Cetelem.

Filhos tomam conta dos pais

Na Europa mediterrânica e de leste estão também os países onde mais pessoas com idade superior a 50 anos vivem com pais ou outros familiares. Por cá, 8% dos portugueses com mais de 50 anos vivem com um familiar mais velho. Na Europa, cerca de 5% dos seniores tem pais ou padrastos a viver consigo, conclui o estudo.

A entidade responsável pelo inquérito acredita que esta é uma questão de “solidariedade entre gerações”. Em países como o Reino Unido e a Alemanha, Diogo Lopes Pereira justifica que esta solidariedade “é menos intensa.” “O mesmo se passa com o modelo escandinavo, através do qual o Estado liberta os cidadãos da responsabilidade de cuidar dos familiares idosos”, destaca.

Para o estudo foram inquiridos 10.673 europeus de 13 países (Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Portugal, Reino Unido, Hungria, Polónia, República Checa, Eslováquia e Roménia).

 

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