Direito ou abuso?

Diz o dicionário que “greve” é a “suspensão temporária e colectiva de actividade laboral, decidida pelos trabalhadores, como meio de pressionarem a entidade patronal ou o governo a satisfazer as suas reivindicações”. São elas: “Aumento de salários, melhoria das condições de trabalho, garantia de direitos adquiridos, etc.” Faltou o combate à privatização.

TAP, Metro e Refer “paralisaram” nestes últimos dias por diferentes razões. Com elas, milhares de pessoas tiveram também de “paralisar”. O direito à “interrupção voluntária e colectiva do trabalho por parte dos assalariados” das transportadoras obriga sempre à interrupção (involuntária e frequente) do trabalho de muitos outros.

Por isso, nas redes sociais e na rua, os argumentos de quem é prejudicado com estas “paragens” variam entre “o direito” e o “abuso do direito”.

“A paralisação de 24 horas, convocada por várias organizações sindicais (...) é a oitava realizada este ano pelos trabalhadores do Metro de Lisboa”, noticiou-se.

“A adesão à greve dos trabalhadores da Refer, em protesto contra a fusão da empresa com a Estradas de Portugal, é de 100%, segundo os dados do sindicato do sector”, noticiou-se também.

A “greve” da TAP foi convocada para os dias de 27 a 30 de Dezembro. O Governo respondeu com requisição civil, argumentando tratar-se da época natalícia. Os sindicatos da TAP admitiram marcar nova “greve” em Janeiro.

A manter-se a tradição... será só a primeira.     

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