A educação não é para ensinar, mas para “despejar conteúdos”

Chamo-me Daniela Guilherme, tenho 18 anos e estou no 12.º ano do curso de Línguas e Humanidades. Neste momento encontro-me a estudar para dois exames, Português e História A, ambos com as suas particularidades.

Tudo o que envolve o ensino traz-nos pressão, pois somos obrigados a atingir metas perante a família, escola e amigos. Embora possa não concordar com as definições, o rótulo escolar está demasiado incorporado na nossa sociedade. Afinal de contas, o aluno de 20 esforça-se e o aluno de 14 nem por isso, um estereótipo enraizado na nossa cultura, por assim dizer.

Como o exame de Português é no dia 15 de Junho, o estudo tem sido particularmente dedicado à língua materna com apoio extracurricular, muitos exercícios e demasiadas subjectividades gramaticais, sim, a língua portuguesa vive de detalhes e retalhos, levando os alunos à beira de uma profunda hipérbole de sentimentos.

O exame de História A será no dia 21 de Junho e, embora exista um efémero intervalo do exame do dia 15 para o exame do dia 21 de Junho, o estudo é feito da mesma forma. Ou seja, os manuais de cada ano em cima da secretária, os módulos seleccionados e decorar, sim porque História, do meu ponto de vista, deveria ser aprendida, mas esta é a forma de o Ministério da Educação nos dizer: "A Educação em Portugal não é para vos ensinar mas sim para despejar conteúdos dentro dos vossos cérebros e tentarem exemplificar esse método nos exames nacionais." 

Apesar de existir ansiedade e nervosismo em relação aos exames sei que serão estes que me darão o passaporte de ida para o Ensino Superior, pois pretendo ascender a voos mais altos a nível profissional e pessoal. Como Fernando Pessoa diz “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.

Aluna do 12.º ano, Escola Básica e Secundária Tomás de Borba, Angra do Heroísmo

Sugerir correcção
Comentar