A Polícia Judiciária esteve a ouvir a família da criança que desapareceu na manhã desta segunda-feira, na freguesia de Urqueira, no concelho de Ourém, no distrito de Santarém. Admite-se a possibilidade de o menino, de dois anos, ter saído de casa pelo seu próprio pé e de estar ainda na zona. Todos os cenários estão em aberto, segundo fonte da Polícia Judiciária.

Eram cerca das 9h quando o menino desapareceu. “O Martim estava em casa dos meus pais esta manhã, porque é a minha mãe quem toma conta dele”, disse a mãe, Sandrina Silva, citada pelo jornal digital Observador. Estaria com os avós, naturais de Guimarães, na parte de fora da casa. A avó teve de ir um instante ao interior da habitação “para colocar alguma coisa na mesa” e, quando voltou, já não o encontrou. A avó começou então a procurá-lo.

O major Pedro Pinto Reis, responsável pelas relações públicas da GNR de Santarém, confirmou ao PÚBLICO que os avós deram o alerta por volta das 10h. A Polícia Judiciária, por sua vez, adiantou que eram cerca de 11h quando foi informada por aquela força de segurança e que se deslocou de imediato para o local.

Uma equipa do Grupo de Intervenção Cinotécnico da GNR esteve durante a tarde a passar as imediações da casa a pente fino.  Admite-se a possibilidade de a criança ter saído da habitação pelo seu próprio pé e de estar perdida naquela zona, diz o major Reis. As buscas decorreram até perto das 20h e, segundo o militar, serão retomadas esta terça-feira logo de manhã.  A casa fica numa rua sem saída, com vivendas de um lado e de outro, árvores, jardins e hortas. A Polícia Judiciária não exclui nenhum cenário. 

Os pais do menino estão separados. Sexta-feira passada, o tribunal decidiu atribuir a responsabilidade parental à mãe. O pai vive e trabalha em França, mas esteve no tribunal na sexta-feira e não terá ficado agradado com a decisão. As autoridades já conseguiram localizá-lo em França, para onde se terá deslocado no sábado. 

A Polícia Judiciária esteve a ouvir familiares no posto da GNR de Ourém. E a recolher indícios na zona do desaparecimento. O menino tem olhos castanhos e cabelos louros. Quando desapareceu da casa dos avós, usava umas calças de fato de treino cinzentas e um pólo azul.

Os últimos dados divulgados pela Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas, relativos a 2013, contabilizavam 1634 participações de menores desaparecidos à Polícia Judiciária. Destes, apenas 89 diziam respeito a crianças que tinham menos de 10 anos. A esmagadora maioria dos casos (1117) dizia respeito a adolescentes entre os 15 e aos 18 anos. Os números representam uma descida relativamente a anos anteriores: em 2012 foram registadas 2366 participações e, em 2011, 2592. A maior parte dizem respeito a fugas dos menores.