Custo das demências para famílias é sentimental e económico, diz rainha Sofia de Espanha

Encontro que reúne mais de 80 peritos internacionais decorre na Fundação Champalimaud, em Lisboa, e é coorganizado pela Fundação Rainha Sofia.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa acompanhado pela rainha Sofia de Espanha durante uma visita a um modelo de uma casa adaptada para doentes com alzheimer na Fundação Champalimaud, em Lisboa MARIO CRUZ/POOL/LUSA

A rainha Sofia de Espanha defendeu nesta terça-feira em Lisboa que o custo das demências para as famílias não é apenas sentimental, mas também económico, numa altura do ciclo de vida em que há menos poder económico.

"O custo para as famílias não é apenas de desgraça sentimental, é também em grande medida económico, pois aumentam os gastos em cuidados com os doentes numa etapa da sua vida em que normalmente os rendimentos diminuem consideravelmente, uma vez que o maior risco deste tipo de doenças é o aumento da idade", afirmou a rainha Sofia de Espanha, na abertura oficial da cimeira internacional sobre a doença de Alzheimer, em Lisboa.

O encontro, que reúne mais de 80 peritos internacionais, decorre na Fundação Champalimaud e é co-organizado pela Fundação Rainha Sofia, que deve o nome à sua fundadora e se dedica ao combate a várias doenças, como as neuro degenerativas.

Na sessão de abertura, em que esteve presente o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, a rainha Sofia partilhou os objectivos da sua Fundação, destacando o de um dia vencer as demências e todas as doenças neuro degenerativas, que "tão devastadoras consequências têm nas sociedades".

Sobre os custos das demências, a rainha Sofia referiu-se também aos que são suportados pelos governos, que são uma "carga que não para de aumentar".

"Urge portanto encontrar soluções o mais rápido possível", afirmou.

A rainha, que há 15 anos trabalha através da Fundação com o seu nome na luta contra várias doenças da área neurológica, sublinhou ainda a importância de não se esquecer "o aspecto humano da doença" e a necessidade de que as famílias possam "encontrar apoio, afecto, consolo e sobretudo esperança perante este incapacitante mal".

O aspecto humano desta doença foi também abordado pela anfitriã desta cimeira, a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, que defende estar-se perante "questões de direitos humanos", sem geografias, fronteiras ou níveis de desenvolvimento.

Para Leonor Beleza, a luta contra as demências não é apenas um problema de saúde que deve ser tratado por médicos e enfermeiros, mas deve antes envolver todas as áreas, como a científica, social e económica.

"É um desafio global", disse Leonor Beleza, considerando que o encontro que decorre até sexta-feira vai contribuir para estreitar as relações entre as duas fundações, a espanhola e a portuguesa.

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