Crescem número de acções de formação de Português para migrantes e refugiados
As 244 acções de formação vão passar a 420. O investimento será de 234 mil euros. Portugal recebeu, até ao momento, 1001 refugiados.
O alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado, anunciou esta quarta-feira o alargamento das acções de formação em Língua Portuguesa para migrantes e refugiados, que totalizarão 420 este ano, e o lançamento de novas ferramentas de aprendizagem.
Às 244 acções de formação dadas através do Programa Português para Todos (PTT) juntam-se agora mais 160 acções de aprendizagem da Língua Portuguesa por via da educação não formal, disse Pedro Calado na sessão pública "A Língua Portuguesa na integração de pessoas migrantes e refugiadas: recursos e boas práticas".
As acções de formação serão desenvolvidas por 19 entidades, entre as quais o Conselho Português para os Refugiados, o Serviço Jesuíta aos Refugiados, a Fundação Aga Khan e a Associação Fazer Avançar, que são apoiadas pelo Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI), num investimento de 234 mil euros.
Desde 2008 até 2015, o PTT integrou 63.925 formandos, 29.577 dos quais chegaram à certificação. Em 2016, abrangeu 3245, tendo 1.869 conseguido a certificação.
Além das acções de formação, estão também disponíveis conteúdos da Plataforma de Português Online em árabe. "O que fizemos aqui hoje foi reorganizar e lançar novas ferramentas de aprendizagem da Língua Portuguesa com uma base descentralizada", disse o ministro-Adjunto, Eduardo Cabrita, à agência Lusa no final da sessão pública.
Esta descentralização acontece através do PPT, de plataformas online e do apoio do programa linguístico e cultural Speak. Mas também decorre de acordos de parceria com 19 instituições que, em articulação com o Alto Comissariado para as Migrações, "vão fazer chegar o Português mais longe com metodologias adequadas a destinatários que são diferentes dos tradicionais destinatários de cursos de Língua Portuguesa", disse Eduardo Cabrita. "Estamos a falar fundamentalmente de cidadãos sírios, eritreus e iraquianos", adiantou o ministro-Adjunto.
Segundo Eduardo Cabrita, estas ferramentas destinam-se a todos os cidadãos que são abrangidos pelos vários mecanismos de acolhimento e que requerem protecção internacional. "Em 2016 atingimos já a barreira dos 1000 recolocados mas há pedidos espontâneos, há reinstalações", disse, sublinhando que, "potencialmente", estes mecanismos "poderão atingir todos aqueles que chegaram a Portugal".
Para Eduardo Cabrita, este "é um caminho para que Portugal não seja só local de destino no acolhimento", mas "seja também, enquanto a paz não chegar aos seus países de origem, local de integração em terra de nova esperança para quem foge da guerra e da perseguição". "Portugal tem-se destacado pela forma como integra imigrantes e como tem participado no esforço de acolhimento de refugiados", sendo o quarto país da União Europeia em termos do número de refugiados acolhidos, no âmbito do programa de recolocação, salientou.
Passada a primeira fase do acolhimento, o desafio é a integração, que tem "dois desafios fundamentais": a aprendizagem da Língua Portuguesa e a integração gradual no mercado de trabalho.
Portugal já recebeu 1001 refugiados, dos quais 673 adultos e 328 crianças, havendo 322 pessoas que chegaram sozinhas e 166 agregados familiares.