Consumo de electricidade bateu recordes no fim-de-semana

Calor dos últimos dias levou portugueses a procurar refúgio nas ventoinhas e aparelhos de ar condicionado.

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O recurso a ventoinhas e aparelhos de ar condicionado fez disparar o consumo de electricidade Manuel Roberto

O consumo de electricidade atingiu no fim-de-semana máximos históricos para o Verão, acompanhando as temperaturas elevadas que se registaram em Portugal, segundo a REN (Redes Energéticas Nacionais).

Segundo os dados relativos ao primeiro fim-de-semana de Julho, o consumo de energia eléctrica motivado pelo recurso a ventoinhas e aparelhos de ar condicionado atingiu o maior valor de sempre em fins-de-semana de Verão, com consumos no sábado e domingo de 135 e 127 gigawatts/hora (GW/h), respectivamente.

Face ao último fim-de-semana de Junho (dias 29 e 30), que já registou temperaturas muito acima do normal, o consumo de electricidade aumentou 7%, e face ao anterior, com temperaturas normais, mais 17%.

Em Lisboa, o consumo de água também aumentou relativamente ao último fim-de-semana de Junho, mas sem atingir máximos. A EPAL (Empresa Portuguesa das Águas Livres) adianta que o dia de maior consumo foi a 26 de Junho. “Comparando o dia 6 de Julho com o dia 29 de Junho, verifica-se um aumento de 7% no consumo”, afirma a empresa numa resposta enviada ao PÚBLICO.

Há hospitais, como o São João, no Porto, que estão a registar uma maior afluência às urgências, mas no global a Direcção-Geral da Saúde (DGS) garante que as altas temperaturas registadas nos últimos dias tiveram “repercussões mínimas” na saúde, porque a população acatou as recomendações das autoridades.

Cristina Abreu, que gere a Unidade de Emergências em Saúde Pública da DGS, disse à agência Lusa que ainda não existem dados que apontem para uma maior procura de cuidados de saúde primários ou hospitalares, mas reconheceu que ainda é cedo. 

Ana Ros, assessora de imprensa da Administração Regional de Saúde do Sul, também garante que não há sinais de alarme. “Não nos tem sido reportado qualquer problema, o que aconteceria se existisse algum sinal de alarme”, afirma.

Contudo, no Hospital de São João, no Porto, o número de ocorrências registadas pelo serviço de urgências aumentou 10% nos últimos dias, em comparação com o período homólogo do ano passado, disse o director do serviço, João Sá.

Segundo o médico, os pacientes que mais têm aparecido nas urgências são doentes “mais idosos” e com “patologias crónicas debilitantes”, ou seja, doentes com patologias cardiovasculares, respiratórias e cerebrovasculares.
 

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