Acidente em França: condutor e dono da carrinha em prisão preventiva

Medida foi decretada nesta segunda-feira pelo juiz de instrução do caso.

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No acidente do passado dia 25 de Março morreram 12 emigrantes portugueses AFP

O condutor e o dono da carrinha envolvida no acidente que causou a morte a 12 emigrantes portugueses, em França, vão ficar a aguardar o julgamento em prisão preventiva, adianta o jornal francês La Montagne.

O acidente aconteceu a 25 de Março. As 12 vítimas viviam na Suíça e estavam a caminho de Portugal para passar a Páscoa, quando a carrinha se desviou da sua trajectória e embateu contra um camião. O condutor, um português de 19 anos, foi o único sobrevivente. O proprietário do veículo, seu tio, não seguia na carrinha. Os dois estão indiciados por homicídio involuntário e danos corporais agravados. O veículo teria capacidade para seis pessoas mas transportava 13.

O advogado português que os representa terá tentado evitar a prisão preventiva através do pagamento de uma caução ou da garantia de que os arguidos iriam celebrar um contrato de trabalho no país, mas o juiz de instrução determinou que aguardassem julgamento em prisão preventiva, na cadeia Moulin-Yzeure.

Após o acidente, o condutor foi hospitalizado numa unidade psiquiátrica. Além do problema da sua idade — por ter apenas 19 anos, não possuía habilitação legal para conduzir tantos passageiros —, coloca-se outra questão — mesmo que o veículo estivesse homologado para transportar 12 passageiros, ele não o poderia conduzir, uma vez que 21 anos é a idade mínima para ter a carta de condução de pesados de passageiros.

Na sexta-feira, o procurador de Moulins, Pierre Gagnoud, explicou que este inquérito “vai ser de longa duração e vai necessitar de investigações no estrangeiro”. Citado pela AFP, Gagnoud especificou que, para que o processo judicial possa avançar, terão de ser feitas investigações nos países de partida e de destino da viatura, ou seja, em Portugal e na Suíça.

O condutor da carrinha “respondeu com sinceridade aos inquéritos mas não consegue ainda explicar as circunstâncias do acidente. Há um buraco negro. Ele lembra-se apenas da portagem e dos socorristas que o vieram acudir”, disse então o seu advogado.

Os dois portugueses deverão ficar em prisão preventiva durante quatro meses, mas a medida de coacção pode ser reavaliada.

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